Cidadanias de “Papel”:
poder, política e responsabilização social Arquivística
DOI:
https://doi.org/10.18225/inc.soc.v16i1.6478Palavras-chave:
ética profissional arquivística, cidadania, política e poder, responsabilização socialResumo
A invisibilidade social dos documentos e dos arquivos constitui-se em uma das maiores dificuldades da formação de arquivistas tecnicamente competentes, socialmente comprometidos e politicamente conscientes do lugar que ocupam nas relações de poder que operacionalizam a partir das atividades técnicas de gestão de documentos administrativos. Para ajudar na superação destas dificuldades, propomos viabilizar leituras mais complexas que, não limitando-se aos parâmetros estritamente disciplinares da Arquivologia, permitam uma reflexão interdisciplinar consciente como necessária aos diagnósticos e às proposições das soluções dos problemas técnicos com os quais se deparem. Compreendendo que os fenômenos sociais resultam de atores institucionais e interesses diversos, via de regra externos a unidade administrativa na qual atuam, serão capazes de conquistar uma consciência ético-profissional que justifique não apenas um exercício profissional técnico competente, mas também uma consciência de que a extensão e as complexidades das origens dos problemas que enfrentam resultam, assim como as ações para corrigi-los, de dimensões políticas, mais do que das limitações técnicas dos profissionais envolvidos. Assim, conjugando as questões teóricas com as demandas do cotidiano das pessoas por diferentes tipos de documentos, cremos poder contribuir para a conquista de uma consciência que permita aos alunos identificarem-se não apenas como protagonistas de relevância social que os incentivem a investirem numa formação técnica competente e politicamente comprometida, mas que também sejam capazes de criarem alternativas de diálogos com os movimentos sociais, as instituições e as pessoas sobre o lugar dos documentos, dos registros, dos arquivos como equipamentos sociais fundamentais, e dos arquivistas como sujeitos políticos imprescindíveis nas conquistas de uma sociedade mais justa, democrática e humana.
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