Histórias de vida de imigrantes brasileiros/as: como entender o choque cultural e a experiência da minoria étnica
Abstract
Uma das fontes de choque cultural nas migrações surge da experiência de minoria étnica que experimentam as pessoas nas sociedades receptoras, o que implica mudanças profundas na identidade social e familiar dos migrantes. Este estudo qualitativo analisa os relatos que surgiram nas discussões em grupo realizadas entre imigrantes brasileiros residentes na Espanha (n = 16 participantes em 3 grupos de discussão, com idade média de 40,56 DT = 13,71; 50% de mulheres). As discussões foram gravadas, transcritas e codificadas por juízes cegos. Resultaram 186 ideias e o acordo entre juízes obtido para a classificação das ideias foi alto (kappa = 0,837). O programa Atlas-ti foi utilizado para a contagem das ideias e para a análise das relações entre categorias e ideias. A experiência de minoria étnica na sociedade anfitriã relatada pelas pessoas imigrantes incluem os estereótipos étnicos (15%), as experiências de discriminação (43%) e as formas de enfrentar a experiência de aculturação (42%). As respostas de enfrentamento individuais foram mais frequentes que as coletivas, e as formas cognitivas predominaram em comparação com as comportamentais. Entre as primeiras, destacam-se a regulação e o controle emocional, a reinterpretação positiva da experiência e a mobilidade individual. As formas coletivas incluíram a atribuição de responsabilidade pela discriminação ao preconceito em grupo, as comparações sociais vantajosas e a competição social. Se discute como as maneiras de lidar com o estigma de imigrante reproduzem as predições da Teoria da Identidade Social (TIS) e incorporam formas de regulação frente ao choque cultural.
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