Do paradigma físico, às lutas e campo simbólico na Ciência da Informação
deflexões
DOI:
https://doi.org/10.21728/logeion.2022v8n2.p116-129Palabras clave:
Paradigma físico, Ciência da Informação, Campo simbólico, Obstáculo epistemológico, EstranhamentoResumen
Considerando as concepções epistemológicas do paradigma físico da CI, constituindo-o como o dominante na gênese da CI, baseando-se nas relações das Ciências Empírico-Analíticas sistematizadas em regras técnicas do conhecimento empírico e constituindo os demais paradigmas cognitivo e social, o paradigma físico da CI é problematizado produzindo simbolicamente obstáculos epistemológicos ao conceito de informação no campo científico, como é discutido por Bourdieu (1989), Capurro (2003) e Gonzalez de Gomez (2000). Além disso, destaca-se a concepção central no texto de Gonzalez de Gomez (2000) de que a informação é flutuante e produz diferentes efeitos de sentido em diferentes contextos, a “informação”. Portanto, trata-se de um estudo teórico, de abordagem crítica e interpretativa sobre o paradigma físico na CI, cujo desenvolvimento pautou-se na autorreflexão, pois é nesse arcabouço metodológico que se estabelece o significado da validade desta categoria de afirmações críticas, colocando o paradigma físico a uma compreensão de interesse emancipatório pelo conhecimento e contrapondo as relações discursivas aos poderes hipostasiado. Por isso, precisa-se de uma reconstrução propriamente pautada na compreensão teórica e, sobre isso, González de Gomez (2000) destaca a informação como um termo flutuante que pode estar inserido em áreas e contextos diferentes. Isso faz com que ocorra uma disputa interna no próprio campo da CI com os paradigmas. Com os estudos culturais em informação, no entanto, pode-se afirmar que, em comparação com os teóricos que defendem a abordagem física no campo da CI, há uma constituição de estudos, cruzado no "status" ou "poder". Ainda é tímido o lugar de influência dos demais paradigmas se comparado ao reconhecimento do paradigma físico. Torna-se necessário entender e realizar essas fissuras, buscando uma reconstrução epistemológica nesse paradigma.
Descargas
Referencias
ALFARO LÓPEZ, H. G. La biblioteca como obstáculo epistemológico. México: UNAM, Centro Universitário de Investigaciones Bibliotecológicas, 2010. p.2-41 Disponível em: https://libros.metabiblioteca.org/bitstream/001/216/8/978-607-02-0748-8.pdf. Acesso em: 25 maio 2021.
ALMEIDA, Daniela Pereira dos Reis de; ANTONIO, Deise Maria; BOCCATO, Vera Regina Casari. GONÇALVES, Maria Carolina. Paradigmas Contemporâneos da Ciência da Informação: a recuperação da informação como ponto focal. Revista Eletrônica Informação e Cognição, v.6, n.1, 2007. Disponível em: https://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/03/pdf_fc4f01292e_0008415.pdf. Acesso em: 04 dez. 2021.
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Teorias e tendências contemporâneas da ciência da informação. Inf. Pauta, Fortaleza, CE, v. 2, n. 2, jul./dez. 2017. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/33233/1/2017_art_caaaraujo.pdf. Acesso em: 01 dez. 2021.
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. O que é Ciência da Informação. Belo Horizonte: KMA, 2018.
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. EXISTE UM PENSAMENTO INFORMACIONAL IBERO-AMERICANO?. Logeion: Filosofia da Informação, v. 4, n. 2, p. 31-55, 2018.
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Em defesa de um pensamento informacional ibero-americano. XI ASOCIACIÓN DE EDUCACIÓN E INVESTIGACIÓN EN CIENCIA DE LA INFORMACIÓN DE IBEROAMÉRICA Y EL CARIBE. 2018. Anais... Disponível em: http://enancib.marilia.unesp.br/index.php/EDICIC_2018/EDICIC_2018/paper/viewFile/1711/1957. Acesso em: 04 dez. 2021.
BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Unesp, 2004.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: DIFEL; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.
BOURDIEU, Pierre. Homo academicus. Florianópolis: Editora da UFSC, 2011.
BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. A Reprodução: Elementos para uma Teoria do Sistema de Ensino. 2. ed. Petrópolis: Ed. Vozes 2009.
CAPURRO, R. Epistemologia e CI. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CI, 2003, Belo Horizonte. Anais [...] Belo Horizonte: ENANCIB, 2003. p. 1-21. Disponível em: http://www.capurro.de/enancib_p.htm. Acesso em: 12 jun. 2016.
CAPURRO, R.; HJØRLAND, B. O conceito de informação. Perspectivas em CI, Belo Horizonte, v.12, n. 1, p. 148-207, jan./abr. 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-99362007000100012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pci/a/j7936SHkZJkpHGH5ZNYQXnC/?lang=pt#. Acesso em: 11 jun. 2021.
GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M. N. Metodologia de pesquisa no campo da CI. DataGramaZero – Revista de CI, Rio de Janeiro, v. 1, n. 6, dez. 2000. Disponível em https://ridi.ibict.br/bitstream/123456789/127/1/GomesDataGramaZero2000.pdf. Acesso em: 09 jul. 2021.
HABERMAS, Jurgen. Técnica e Ciência como “ideologia”. Lisboa: Edições 70, 2009.
HJØRLAND, B. Library and information science: practice, theory, and philosophical basis. Information Processing and Management, [S. l.], v. 36, p. 501-531, 2000.
KARPINSKI, Cezar. Epistemologia e CI: fundamentos teóricos e produção bibliográfica nacional. In: XIX ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CI, 2018. Anais [...] Londrina: 2018.
MARTELETO, Regina Maria. Cultura informacional: construindo o objeto informação pelo emprego dos conceitos de imaginário, instituição e campo social. Ciência da Informação, Brasília, v. 24, n. 1, p. 1-8, 1995.
MARTELETO, Regina Maria. O lugar da cultura no campo de estudos da informação: cenários prospectivos. In: LARA, Marilda Lopes Ginez; FUJINO, Asa; NORONHA, Daidy Pires (Org.). Informação e contemporaneidade: perspectivas. Recife: Néctar, 2007. p. 13-26.
VELHO, Gilberto. Observando o Familiar. In: Oliveira, Edson. A Aventura Sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Logeion: Filosofia da Informação
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
A revista é publicada sob a licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 4.0 Internacional.
O trabalho publicado é considerado colaboração e, portanto, o autor não receberá qualquer remuneração para tal, bem como nada lhe será cobrado em troca para a publicação.
Os textos são de responsabilidade de seus autores.
É permitida a reprodução total ou parcial dos textos da revista, desde que citada a fonte.