Armas teóricas e políticas
produção intelectual em Ciência da Informação
DOI:
https://doi.org/10.21728/logeion.2023v10nesp2.p459-480Palavras-chave:
Pós-modernismo, Pós-modernidade, Produção Científica, Ciência da Informação, Influências intelectuaisResumo
Considera a produção científica brasileira da Ciência da Informação (CI), de pesquisadores institucionalmente reconhecidos da área, para realçar movimentos de transformação e influências intelectuais sobre o quadro teórico por eles construído. Questiona os conceitos de pós-modernidade e pós-modernismo no contexto destas produções, analisando criticamente a produção científica periódica, indexada na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci), dos Bolsistas de Produtividade em Pesquisa (PQ), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), desde o ano de 1990 até 2022, para descrever o fenômeno do pós-modernismo e da pós-modernidade, tanto como processo de transformação e estímulo à produção sobre as contradições encontradas nessa cultura, quanto para o reconhecimento de teorias, conceitos, posicionamentos políticos e ideológicos. Adota a distinção apresentada por Terry Eagleton, entre pós-modernismo e pós-modernidade, para reconhecer os significados dos termos enfocados e seus correlatos, e em quais contextos são analisados no corpus da pesquisa. Seleciona os textos com potencial de contribuição para uma síntese histórico-evolutiva. Conclui, destacando duas posições mais evidentes. A predominante associa à condição da CI como ciência pós-moderna, à arquivística pós-moderna, ao paradigma pós-custodial, à sociedade pós-moderna e a considerações genéricas sobre o saber e a informação como mercadorias básicas da pós-modernidade. A posição mais crítica fundamenta-se em autores como Terry Eagleton, ao denunciar as ilusões do pós-modernismo e David Harvey, cujos principais argumentos relacionam a ascensão de formas culturais pós-modernas e a emergência de modos flexíveis de acumulação ao ciclo de compressão do tempo-espaço na organização do capitalismo.
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