Ética do discurso e eugenia liberal
Jürgen Habermas e o futuro da natureza humana
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v4i1.250Palavras-chave:
Jürgen Habermas, Cultura genética, Sociedade da informação, Ciência e mundo-da-vida, Ética do discursoResumo
Em O Futuro da Natureza Humana, Jürgen Habermas afirma que os avanços recentes no campo das biotecnologias constituem um desafio para a ética do discurso nas Ciências Sociais. Por trás de sua crítica aos defensores da eugenia liberal reside o reconhecimento de que o Diagnóstico Genético Pré-Implantação potencialmente põe em cheque o papel exercido pela razão comunicativa na constituição de uma ética individual de auto-compreensão. A ‘ética da espécie’ proposta por Habermas como contraposição a esse fenômeno se nos apresenta como moralmente reativa, na medida em que sua crítica não alcança abarcar os aspectos metafísicos que estão no núcleo do discurso da eugenia liberal. O artigo é dividido em dois momentos: perceber como a recente intervenção de Habermas ecoa o motivo da alegada colonização do mundo-da-vida pela razão tecnológica, e demonstrar como a concepção de técnica que embasa seu relato o impede de divisar a crítica dos aspectos metafísicos da cultura genética contemporânea.
Referências
ADORNO, Theodor. Minima Moralia. Reflections on a damaged life. London and New York: Verso, 2005.
_________ The Stars Down to Earth and Other Essays on the Irrational in Culture. London and New York: Routledge, 1994.
AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: Sovereign Power and Bare Life. Stanford: Stanford University Press, 1998.
AMARAL, Aécio. Ciberespaço, exposição da intimidade e reauratização da experiência In: Política & Trabalho n. 25. João Pessoa, 2006.
ARENDT, Hannah. The Human Condition. Chicago: The University of Chicago Press, 1998.
BENHABIB, Seyla. Critique, Norm, and Utopia. A Study of the Foundations of Critical Theory. New York: Columbia University Press, 1986
CAYGILL, Howard. Drafts for a Metaphysics of the Gene, Tekhnema, (3), Spring,1996.
DEVENNEY, Mark. Ethics and Politics in Contemporary Theory. Between critical theory and post-Marxism. New York and London: Routledge, 2004.
FEENBERG, Andrew. Heidegger, Habermas, and the Essence of Technology. Paper presented at the International Institute for Advanced Study, Kyoto, 1996.
GANDESHA, Samir. Marcuse, Habermas, and the Critique of Technology. In: ABROMEIT, John; COBB, W. Mark (Ed). Herbert Marcuse. A critical reader. New York and London: Routledge, 2004
HABERMAS, Jürgen. The Future of Human Nature. Cambridge: Polity Press, 2003.
__________ Technics and Science as Ideology. In: Toward a Rational Society. Student Protest, Science, and Politics. London: Heinemann Educational Books, 1980.
HEIDEGGER, Martin. Basic Writings: From Being and Time (1927) To the Task of Thinking. New York: HapperCollins Publishers, 1964.
JAY, Martin. Adorno. Cambridge: Harvard University Press, 1984.
LACLAU, Ernesto and MOUFFE, Chantal. Hegemony and Socialist Strategy. Towards a Radical Democratic Politics. London: Verso, 1985.
LAFONTAINE, Céline. The Cybernetic Matrix of “French Theory”. Theory, Culture and Society, 24: 27-46, 2007
MARCUSE, Herbert. One-Dimensional Man: Studies in the Ideology of Advanced Industrial Society. Boston: Beacon Press, 1966.
MILLS, Catherine. Biopolitics, Liberal Eugenics and Nihilism. In: CALARCO, Matthew Calarco and DECAROLI, Steven (Ed) Giorgio Agamben: Sovereignty and Life. Stanford: Stanford University Press, 2007.
ROCO, M. C; BAINBRIDGE, William Sims. Converging Technologies for Improving Human Performance: Nanotechnology, Biotechnology, Information Technology and Cognitive Science. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2003.
ROSE, Gillian. The Melancholy Science: an introduction to the thought of Theodor W. Adorno. London: MacMillan, 1978.
STIEGLER, Bernard. Technics and Time, 1: The Fault of Epimetheus. Stanford: Stanford University Press, 1998.
STOCK, Gregory. Redesigning Humans: Our Inevitable Genetic Future. Boston: Houghton Mifflin Company, 2002.
ŽIŽEK, Slavoj. Beyond Discourse Analysis. In LACLAU, Ernesto. New Reflections on the Revolution of Our Time. London: Verso, 1990.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Aécio Amaral

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Liinc em Revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Consulte a Política de Acesso Livre e Autoarquivamento para informações permissão de depósitos de versões pré-print de manuscritos e artigos submetidos ou publicados à/pela Liinc em Revista.
Liinc em Revista, publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, é licenciada sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC BY 4.0