Ética profissional do bibliotecário atuante no segmento empresarial de Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v7i1.411Palavras-chave:
Profissionais da informação, Ética bibliotecária, Ética, Unidade de informação empresarialResumo
O objetivo geral deste estudo consistiu em compreender as representações de ética e ética profissional apreendidas nos discursos dos bibliotecários atuantes em empresas de Santa Catarina. Na fundamentação conceitual aprofundaram-se os conceitos de ética e suas abordagens contemporâneas, a deontologia e ética bibliotecária, o ambiente empresarial e seus desafios éticos. Já a fundamentação teórico-metodológica concentrou-se nos preceitos da sociologia do conhecimento, do construtivismo social, e na teoria das representações sociais. A pesquisa é qualitativa, a coleta de dados realizou-se através de um roteiro de entrevista semi-estruturado e a análise dos dados apoiou-se na técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). A partir dos discursos dos entrevistados foram detectados três pontos relevantes sobre esse coletivo: o desconhecimento da conceituação de ética e ética profissional, assim como da sua importância e a falta de domínio significativo do conteúdo do Código de Ética Profissional do Bibliotecário Brasileiro. O conceito de ética expresso confunde-se com o conceito de moral e, ainda, esse coletivo tem noções de ética relacionadas com alteridade, caráter e comportamento. Assim como a ética geral, há uma falta de entendimento sobre o conceito de ética profissional, reforçado pelo desconhecimento do conteúdo do Código de Ética do Bibliotecário Brasileiro. Merece atenção, também, a influência que os pressupostos éticos empresariais exercem na conduta ética do bibliotecário que atua nesse ambiente. Fica claro que não há espaço para questionamento dos valores da empresa, sendo que a conduta ética empresarial prevalece. A oferta e o repasse das informações são regulados de forma a obter competitividade e lucratividade para as empresas. Este estudo teve como pano de fundo o contexto da pós-modernidade, onde valores de uma racionalidade técnica e instrumental predominam no pensamento e no agir do homus economicus, propiciando um vazio ético e a falta de referências para nortear o agir humano.
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