Sociedade de Plataformas e os desafios para a Comunicação Pública
o caso OBCOMP
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v17i1.5653Palavras-chave:
Comunicação pública, Sociedade de plataformas, Redes de comunicação, OBCOMP, FacebookResumo
Este artigo propõe a reflexão sobre os desafios para a “Rede de Comunicação Científico-Educacional” (Weber 2017), no exercício de divulgação científica e da crítica à realidade, diante do processo de plataformização das sociedades contemporâneas. Além disso, reconhece a noção de infodemia, enquanto fenômeno associado aos processos de produção estratégica de informações maléficas ao debate público e tensionais à concretização da Comunicação Pública. Através da articulação de duas noções teóricas principais, Redes de Comunicação Pública (Weber 2007; 2011; 2017) e Sociedade de Plataformas (Van Dijck; Poell; De Wall, 2018; Van Dijck, 2019), problematiza aspectos ligados aos limites e às oportunidades do contexto comunicacional contemporâneo e, especificamente, às lógicas de captura, processamento e organização de informações das plataformas online, no âmbito da Rede de Comunicação Científico-Educacional. Como proposta de observação empírica, apresenta o Observatório da Comunicação Pública (OBCOMP), projeto sediado no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM/UFRGS), a partir da sua comunicação na plataforma Facebook. A partir de testagem de publicações patrocinadas, constatou-se que a aderência à lógica comercial de funcionamento das plataformas, principalmente à compra de anúncios, é fundamental para o alcance comunicacional nas Redes, reforçando a ideia que a gratuidade do serviço não é suficiente para obter a visibilidade necessária à comunicação pública
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