Inteligência artificial, data centers e colonialismo digital: Impactos socioambientais e geopolíticos a partir do Sul Global
DOI:
https://doi.org/10.18617/gbkgaa59Palavras-chave:
Inteligência artificial, data centers, Sul Global, colonialismo digital, crise climáticaResumo
Apesar do imaginário que celebra a imaterialidade da Inteligência Artificial, sua indústria é inerentemente material, agravando a crise climática a partir do consumo de recursos naturais e da emissão de gases de efeito estufa. Assim, o presente artigo argumenta a favor da inclusão da dimensão ecológica no debate sobre soberania digital – a autonomia e independência de um país em seu desenvolvimento digital. Para tanto, discutimos a expansão de data centers entre 2013 e 2023 no Brasil. A partir de revisão bibliográfica e pesquisa documental, primeiramente examinamos como a indústria da IA contribui para o adensamento da crise climática, principalmente através dos data centers. No segundo tópico, analisamos essas infraestruturas e seus impactos no país, sobretudo no que se refere ao seu alto gasto de energia e consumo de água. Por fim, abordamos a questão da soberania digital em justaposição à problemática do colonialismo digital. Concluímos que, nos moldes atuais, a IA pode contribuir para aprofundar práticas colonialistas, sobretudo a partir da articulação entre discursos tecno-otimistas e a extração de recursos naturais. Portanto, faz-se urgente a construção de enquadramentos teóricos capazes de amparar políticas públicas de monitoramento dos impactos sociomateriais causados por governos e empresas estrangeiros sobre territórios e suas populações no Sul Global.
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