Biblioteca escolar
espaço de silêncio e interdição
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v7i2.347Palavras-chave:
Discurso, Biblioteca Escolar, Silêncio, Sentido, LeitoresResumo
Postulamos que a biblioteca, ao legitimar e instaurar o silêncio em seu espaço impede de proporcionar aos leitores um espaço de possibilidades de construção de sentidos, de fuga e de contestação da ordem em que vivemos. Marcamos que, ainda mais pelo fato de trabalhar muito com alunos é complexo imaginar os mesmos se relacionando bem em um espaço tão sisudo. Ocorre ainda que quem comanda a biblioteca crê no silêncio como a ausência de sentido, ato vazio de qualquer rastro, buscando garantir uma ausência de quebrar uma segurança aparente, censurando o aluno, impedindo-o de enunciar outros sentidos além dos apresentados pelo professor, na sala de aula. Procuramos nesse trabalho, à luz da teoria discursiva, questionar e expor que o silêncio está longe de ser oco de sentidos e significados.
Referências
BÁEZ, F. História universal da destruição dos livros. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
FERRAREZI, L. O imaginário sobre a biblioteca escolar: sentidos em discurso. 2007. 106 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Ciência da Informação e da Documentação) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2007.
GREGOLIN, M. R. V. Sentido, sujeito e memória: com o que sonha nossa vã autoria? In: GREGOLIN, M. do R. V.; BARONAS, R. (Org.). Análise do discurso: as materialidades do sentido. 3ª ed. São Carlos, Editora Claraluz, 2007.
HAMESSE, J. O modelo escolástico da leitura. In: CAVALLO, G.; CHARTIER, R. (Org.). História da leitura no mundo ocidental: I. São Paulo: Ática, p. 123-46, 2002.
HILLESHEIM, A. I. A.; FACHIN, G. R. B. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 8/9, p. 35-45, 2003.
LIMA, J. A. Comunidades Carentes: lugares da não informação. 2006. 165 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação e da Documentação) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
LIMA, L. O. Estórias da educação no Brasil: de Pombal a Passarinho. Brasília/Rio de Janeiro, Editora Brasília, 1974.
MAROTO, L. H. Biblioteca escolar, eis a questão!: do espaço de castigo ao centro do fazer educativo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
MILANESI, L. Biblioteca. Cotia, São Paulo: Ateliê, 2002.
NEVES, L. M. B. P. Antídotos contra obras “ímpias e sediciosas”: censura e repressão no Brasil de 1808 a 1824. In: ABREU, M. (Org.). Leitura, história e história da leitura. São Paulo, Fapesp, 2000.
NUNES, J. H. Formação do leitor brasileiro: imaginário da leitura no Brasil colonial. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1994.
ORLANDI, E. P. Silêncio e implícito (Produzindo a monofonia). In: GUIMARÃES, E. (Org.) História e Sentido na Linguagem. Campinas, SP: Pontes, p. 39-46, 1989.
ORLANDI, E. P. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. 4 ed. Campinas, SP: Pontes, 1996.
ORLANDI, E. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 4. ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1997.
ORLANDI, E. P. Discurso e texto: formação e circulação dos sentidos. Campinas, SP: Pontes, 2001.
PÊCHEUX, M. Por uma análise automática do discurso: uma introdução a obra de Michel Pêcheux. In: GADET, F.; HAK, T. (Org.). Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1993.
PÊCHEUX, M. “Sobre os contextos epistemológicos da Análise de Discurso”. Escritos. Campinas, SP: Laboratório de Estudos Urbanos. LABEURB – NUDERCI – UNICAMP, nº 4, p. 7-16, maio 1999.
RAMALHO, M. O. H. O silêncio na biblioteca escolar: necessidade ou mito? Revista de Biblioteconomia & Comunicação, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 87-90, jan./dez. 1988.
RIBEIRO, M. S. R. Desenvolvimento de coleção na biblioteca escolar: uma contribuição à formação crítica sócio-cultural do educando. Transinformação, v.6, n. 1/2/3, p. 60-73, jan./dez. 1994.
SAENGER, P. A leitura nos séculos finais da Idade Média. In: CAVALLO, G.; CHARTIER, R. (Org.). História da leitura no mundo ocidental: I. São Paulo: Ática, p. 147-84, 2002.
SANCHES NETO, M. Desordenar uma biblioteca: comércio & indústria da leitura na escola. Revista Literária Blau, Porto Alegre, v. 4, n. 20, p. 30-34, mar. 1998.
SILVA, D. H.; SILVA, A. K. A. Biblioteca Itinerante “livro em roda”: a leitura como um exercício da cidadania rumo à sociedade aprendente. Revista Biblionline, João Pessoa, v. 1, n. 2, p. 60-72, 2005.
SILVA, M. A. Biblioteca escolar e educação. In: SEMINÁRIO BIBLIOTECA ESCOLAR: ESPAÇO DE AÇÃO PEDAGÓGICA, 3, 2004. Anais eletrônicos... Belo Horizonte: Escola de Ciência da Informação da UFMG/ Associação de Bibliotecários de Minas Gerais, 2004. Disponível em: <http://www.eci.ufmg.br/gebe/downloads/323.pdf>. Acesso em: 8 fev. 2010.
SILVA, R. J. da; BORTOLIN. S. Reflexões sobre a leitura e a biblioteca escolar. In: SILVA, R. J. da; BORTOLIN, S. (Org.). Fazeres cotidianos na biblioteca escolar. São Paulo: Polis, p.11-9, 2006.
SILVA, W. C. Miséria da biblioteca escolar. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Instituto de Letras. Glossário de termos de discurso. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2008.
VÁLIO, E. B. M. Biblioteca escolar: uma visão histórica. Transinformação, v. 2, n. 1, p. 15-24, jan./abr. 1990.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Gustavo Grandini Bastos, Soraya Maria Romano Pacífico, Lucília Maria Sousa Romão

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Liinc em Revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Consulte a Política de Acesso Livre e Autoarquivamento para informações permissão de depósitos de versões pré-print de manuscritos e artigos submetidos ou publicados à/pela Liinc em Revista.
Liinc em Revista, publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, é licenciada sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC BY 4.0