Biblioteca escolar

espaço de silêncio e interdição

Autores

  • Gustavo Grandini Bastos Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, Brasil.
  • Soraya Maria Romano Pacífico Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, Brasil.
  • Lucília Maria Sousa Romão Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.18617/liinc.v7i2.347

Palavras-chave:

Discurso, Biblioteca Escolar, Silêncio, Sentido, Leitores

Resumo

Postulamos que a biblioteca, ao legitimar e instaurar o silêncio em seu espaço impede de proporcionar aos leitores um espaço de possibilidades de construção de sentidos, de fuga e de contestação da ordem em que vivemos. Marcamos que, ainda mais pelo fato de trabalhar muito com alunos é complexo imaginar os mesmos se relacionando bem em um espaço tão sisudo. Ocorre ainda que quem comanda a biblioteca crê no silêncio como a ausência de sentido, ato vazio de qualquer rastro, buscando garantir uma ausência de quebrar uma segurança aparente, censurando o aluno, impedindo-o de enunciar outros sentidos além dos apresentados pelo professor, na sala de aula. Procuramos nesse trabalho, à luz da teoria discursiva, questionar e expor que o silêncio está longe de ser oco de sentidos e significados.

 

Biografia do Autor

  • Soraya Maria Romano Pacífico, Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, Brasil.

     

     

     

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Publicado

17/10/2011