Indústrias criativas
alternativa de desenvolvimento regional
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v7i2.432Palavras-chave:
Desenvolvimento regional, Economia criativa, Políticas públicas, Bacia criativa, Programa Nordeste CriativoResumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar uma proposta de fomento às cadeias produtivas das indústrias criativas no nordeste do Brasil, na perspectiva de uma discussão acerca de modelos alternativos de desenvolvimento regional. Para concretizar esse propósito, foi realizada uma pesquisa do tipo bibliográfica em livros, artigos de periódicos e documentos eletrônicos. O estudo inicia-se com a reflexão sobre os significados do desenvolvimento e suas conexões com a criatividade e a inovação. A pesquisa está estruturada em dois grandes eixos: o primeiro trata do conceito de indústrias criativas e do relato de suas potencialidades na geração de impactos econômicos, culturais, sociais e tecnológicos positivos na alavancagem do comércio doméstico e externo de bens e serviços criativos; o segundo apresenta uma discussão sobre desenvolvimento local e regional a partir do conceito de ‘bacia criativa’ com vistas a um novo enfoque territorial do nordeste brasileiro. A partir desses eixos, é proposto o Programa Nordeste Criativo que se constitui de duas linhas de ação fundamentais: o primeiro refere-se à estruturação e operacionalização de um o Observatório das Indústrias Criativas do Nordeste (OICNE) voltado a produção e difusão do conhecimento sobre a economia criativa da região; o segundo diz respeito à criação e operacionalização dos Birôs de Negócios Criativos (BNC), ou seja, espaços físicos para o fomento de empreendimentos criativos sustentáveis e fortalecimento da cadeia produtiva das indústrias criativas. Assim, este estudo vem contribuir para a construção de um novo pensamento sobre o nordeste brasileiro. Por um lado, a institucionalização do Observatório das Indústrias Criativas se propõe a identificar o potencial criativo daquela região; do outro, os Birôs de Negócios Criativos objetivam consolidar as cadeias produtivas das indústrias criativas, enfatizando a profissionalização de empreendedores, a formação de gestores, a construção de novas habilidades e competências para os agentes do campo criativo. Trata-se, enfim, de se construir e consolidar uma alternativa de superação do atraso social e econômico pelo viés do fomento a empreendimentos criativos, onde o desenvolvimento regional é compreendido como sendo um processo multidimensional, envolvendo a comunidade impregnada de história, suas relações, suas instituições e capaz de conduzir o seu próprio destino.
Referências
BANDEIRA, P. S. As mesorregiões no contexto da nova política federal de desenvolvimento regional: considerações sobre aspectos institucionais e organizacionais. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais - Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, 2004.
BARROS, J. M. Observatório da cultura: entre o óbvio e o urgente. Observatório Itaú Cultural, n. 2, mai/ago. 2007. São Paulo: Itaú Cultural, 2007, p. 59 – 65.
BOISIER, S. E se o desenvolvimento fosse uma emergência sistêmica? In.: ROJAS, P. A. V. Desenvolvimento endógeno: um novo paradigma para a gestão local e regional. Fortaleza: IADH, 2004.
BOURDIEU, P. Poder simbólico. 12.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.
BRASIL. Ministério da Cultura. Caderno “Diretrizes Gerais para o Plano Nacional de Cultura”. 2. ed. Brasília: Minc, 2008.
__________. Ministério da Cultura. Cultura em números: anuário de estatísticas culturais 2009. Brasília: Minc, 2009.
__________. Ministério da Integração Nacional. Agência de Desenvolvimento do Nordeste – Adene. Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste - Desafios e Possibilidades para o Nordeste do Século XXI: Versão para discussão. Recife: Adene, SDR/DPR/SDR, 2006. Disponível em: . Acesso em: 12/08/2009.
CASTRO, J. de. Documentário do Nordeste. 3.ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1965.
FURTADO, C. Introdução ao desenvolvimento: enfoque histórico-estrutural. 3.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Perfil dos municípios brasileiros: cultura 2006. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.
__________. Noções Básicas de Cartografia. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/indice.htm>. Acesso em 8 de set. 2009.
LEITÃO, C. S. Por um pensamento complexo acerca de cultura e desenvolvimento. O Público e o Privado, Fortaleza, ano 5, n.9, jan/jun, 2007, p. 23 – 32.
__________. Cultura e municipalização. Salvador: Secretaria de Cultura, Fundação Pedro Calmon, 2009.
LUSTOSA DA COSTA, F. Plano de ação da Bacia Cultural do Araripe para o desenvolvimento regional. Fortaleza: SECULT, 2006.
RIVERO, O. de. O mito do desenvolvimento: os países inviáveis no século XXI. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
ROJAS, P.A.V. Desenvolvimento endógeno: um paradigma para gestão local e regional. Fortaleza: IADH, 2004.
SOUZA, J. de. O estado de todas as culpas. O Estado de São Paulo, São Paulo, 5, setembro, 2009. Caderno Alíás. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,o-estado-de-todas-as-culpas,430094,0.htm>. Acesso em 8 set, 2009.
VIDAL E SOUZA, C. A pátria geográfica: sertão e litoral no pensamento social brasileiro. Goiânia: Ed. da UFG, 1997.
UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT - UNCTAD. Creative Industries Report 2008. Disponível em:
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Cláudia Sousa Leitão, Luciana Lima Guilherme, Luiz Antônio Gouveia de Oliveira, Raquel Viana Gondim

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Liinc em Revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Consulte a Política de Acesso Livre e Autoarquivamento para informações permissão de depósitos de versões pré-print de manuscritos e artigos submetidos ou publicados à/pela Liinc em Revista.
Liinc em Revista, publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, é licenciada sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC BY 4.0