A insustentável neutralidade da tecnologia

o dilema do Movimento Maker e dos Fab Labs

Autores

  • Paulo Eduardo Fonseca de Campos Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, Brasil.
  • Henrique José dos Santos Dias Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.18617/liinc.v14i1.4152

Palavras-chave:

Economia Popular, Emancipação, Fabricação Digital, Movimento Maker

Resumo

Neste artigo, busca-se refletir a respeito dos impactos provocados pela introdução das tecnologias digitais de fabricação no contexto de países periféricos, como é o caso do Brasil, por via do chamado Movimento Maker internacional. Para tanto, são tomados alguns dos slogans mais frequentemente veiculados pelos autodenominados makers, procurando-se identificar suas principais inconsistências teóricas, as quais têm levado a uma prática projetual pouco consciente com respeito à complexidade das questões envolvendo a economia política e a política do conhecimento implicadas no tema.

 

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Publicado

05/06/2018

Edição

Seção

Economia de plataforma e novas formas colaborativas de produção