Em busca de categorias de mansplaining
pesquisadoras compartilhando informações sobre violências sofridas
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v15i1.4603Resumo
Estudo que analisa manifestações de sexismo compartilhadas através das postagens do blog Academic Men Explain Things to Me. Descreve o blog e apresenta o conceito de compartilhamento de informação como um tipo específico de prática informacional realizado em plataformas digitais. Correlaciona os conceitos de epistemologias do Sul à concepção de humanidades digitais, compartilhamento de informações, tendo como referência interpretativa as contribuições epistemológicas advindas do Sul. Foram descritas e analisadas as postagens com maior quantidade de interações, sendo propostas as seguintes categorias de mansplaining: Incapacidade intelectual (II), Xenofobia (XE), Racismo (RA), Manifestação de agressividade (MA), Constrangimento (CO), Estigmatização (ES), Constrangimento institucional (CI) e Apropriação de discurso (AD). Conceitua tais categorias e as identifica quanti-qualitativamente através da apresentação dos resultados das análises das 176 últimas postagens. Identifica a predominância da categoria “Incapacidade intelectual” nas postagens. Conclui que as violências simbólicas identificadas nas postagens do blog são produto de manifestações sexistas de diferentes naturezas.
Referências
ACADEMIC MEN EXPLAIN THINGS TO ME. Disponível em: http://mansplained.tumblr.com. Acesso em: 17 jan. 2019.
ANDERSON, C. A cauda longa: do mercado de massa ao mercado de nicho. Rio de janeiro: Elsevier, 2006.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
BAUMGARTEN,
BERRY, D. (ed.). Understanding digital humanities. Houndmills, Basingstoke, Hampshire: Palgrave Macmillan, 2012.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
______; WACQUANT, Loïc. Sobre as Artimanhas da Razão Imperialista. Estudos Afro-Asiáticos, ano 24, n. 1, 2002, p. 15-33. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/eaa/v24n1/a02v24n1.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2019.
CALMON, Cláudia; LÁZARO, André. A cor da universidade e a importância das ações afirmativas. In: BARROS, Ronaldo Crispim Sena. Políticas afirmativas no ensino superior: a experiência da UFRB. Rio de Janeiro: FLACSO, GEA: UERJ, LPP, 2013. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/Brasil/flacso-br/20170905051637/pdf_35.pdf. Acesso em: 31 out. 2018
CASIMIRO, Isabel Maria. Paz na terra, guerra em casa: feminismos e organizações de mulheres em Moçambique, Série Brasil & África-Coleção Pesquisas 1, Pernambuco: Editora da UFPE, 2014. 376p.
CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.
CAVIGLIA, G.; CIUCCARELLI, P.; COLEMAN, N. Communication design and the digital humanities: visualizations and interfaces for humanities research. Proceedings... In: 4TH INTERNATIONAL FORUM OF DESIGN AS A PROCESS. 2012
CORRÊA, Maurício de Vargas; ROZADOS, Helen Beatriz Frota. Comportamento informacional em comunidades virtuais: um estudo netnográfico do grupo de interesses Seer/OJS in Brazil do Facebook. Biblionline, João Pessoa, v. 12, n. 3, p. 112-125, jul./set., 2016. Disponível em: http://www.periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/biblio/article/view/28172/16634. Acesso em: 29 out. 2018.
FACIO, Alda; CAMACHO, Rosalia. Del derecho androcentrico hacia una propuesta para un nuevo derecho de familia. [199-?]. (mimeo).
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Editora Graal, 1988.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edição Graal, 1979.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-244.
______. Por um feminismo afro-latino-americano. In: Caderno de formação política do Círculo Palmarino, Batalhas de ideias, n.1, 1988.
GARBER, MEGAN. Share your experiences as a mansplainee here. [S.I.], 2012. Disponível em: https://www.theatlantic.com/technology/archive/2012/10/share-your-experiences-as-a-mansplainee-here/263681/ Acesso em: 19 out. 2018.
GUERREIRO, D.; BORBINHA, J. Humanidades digitais: novos desafios e oportunidades. Revista Internacional del Libro, Digitalización y Bibliotecas, v. 2, n. 2, 2014. Disponível em: <https://goo.gl/6TrFAz>. Acesso em: 27 set. 2018.
LANDOW, G. P. Hipertexto 3.0: la convergencia de la teoría crítica contemporánea y la tecnología. Barcelona: Paidós, 2009.
LAZZARINI, A. B. et al. Mulheres na Ciência: papel da educação sem desigualdade de gênero. Revista Ciência e Extensão, v. 14, n. 2, p.188-194, 2018. Disponível em: https://www.dailydot.com/society/tumblr-mansplaining-academia/. Acesso em: 27 nov. 2018
MANOVICH, L. A ciência da cultura? Computação social, humanidades digitais e analítica cultural. Matrizes, São Paulo, v. 9, n. 2, 2015b.
MEDEIROS, Carlos Alberto. Brasil, Estados Unidos e a questão racial: a fertilidade de um campo cheio de armadilhas. In: PAIVA, Ângela Randolpho (org.). Ação afirmativa em questão: Brasil, Estados Unidos, África do Sul e França. Rio de Janeiro: Pallas, 2013.
MIGLIEVICH-RIBEIRO, A. Linhagens pós-coloniais e a possibilidade de ampliação do conhecimento: um debate epistemológico. In: BAUMGARTEN, M. (org.). Sociedade, conhecimentos e colonialidade: olhares sobre a América Latina. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2016.
MIGNOLO, W. Os esplendores e as misérias da ciência: colonialidade, geopolítica do conhecimento e pluralidade epistêmica. In: SANTOS, B. S. (org.) Conhecimento prudente para uma vida decente. São Paulo: Cortez, 2003.
ROBINSON, Lyn; PRIEGO, Ernesto; BAWDEN, David. Library and information science and digital humanities: two disciplines, joint future?. Re-inventing information science in the networked society, 2015.
SANTOS, B. S. Do pós-moderno ao pós-colonial: e para além de um e de outro. Conferência de abertura do VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, Coimbra, 16 set. 2004. 45 p. Disponível em: www.ces.uc.pt/misc/Do_pos-moderno_ao_pos-colonial.pdf. Acesso em: 25 out. 2018.
______. Um discurso sobre as ciências. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2010a. 92 p.
______. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010b, p. 31-83.
______.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. 637 p.
SAVOLAINEN, Reijo. Information behavior and information practice: reviewing the “umbrella concepts” of information-seeking studies. Library Quarterly, Chicago, v. 77, n. 2, p. 109-132, 2007.
SCHREIBMAN, Susan. Digital Humanities: centres and Peripheries, Historical Social Research, v.37, p.46-58, 2012
SILVEIRA, M.; GUEDES, M. Inteligência artificial, automação e sociedade: o episódio “tay” e a fuga ciberpositiva In: CONGRESSO INTERNACIONAL EM HUMANIDADES DIGITAIS, 1., 2018, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: CPDOC/FGV, 2018.
STOCKER, Pâmela Caroline; DALMASO, Silvana Copetti. Uma questão de gênero: ofensas de leitores à Dilma Rousseff no Facebook da Folha. Estudos Feministas, v. 24, n. 3, set-nov. de 2016, p. 679-690.
WHITELAW, M. Generous Interfaces for Digital Cultural Collections. Digital Humanities Quarterly, v. 9, n. 1, 2015.
TOMAEL, Maria Inês; ALCARA, Adriana Rosecler; DI CHIARA, Ivone Guerreiro. Das redes sociais à inovação. Ci. Inf., Brasília , v. 34, n. 2, p. 93-104, Aug. 2005 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19652005000200010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 29 out. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-19652005000200010.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Rodrigo Silva Caxias de Sousa, Francine Conde Cabral, Jéssica Paola Macedo Müller, Helena da Silva Anselmo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Liinc em Revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Consulte a Política de Acesso Livre e Autoarquivamento para informações permissão de depósitos de versões pré-print de manuscritos e artigos submetidos ou publicados à/pela Liinc em Revista.
Liinc em Revista, publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, é licenciada sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC BY 4.0