Autoridades cognitivas versus autoridades eclesiásticas e espirituais: as comunidades evangélicas brasileiras e a desinformação

Autores

  • Márcia Feijão de Figueiredo Departamento de Processos Técnico-Documentais, Centro de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil https://orcid.org/0000-0002-2341-6637
  • Marianna Zattar Curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3328-3591

DOI:

https://doi.org/10.18617/liinc.v19i2.6628

Palavras-chave:

Autoridade cognitiva, Autoridade religiosa, Comunidade evangélica, Desinformação

Resumo

Esse texto tem por objetivo estabelecer um diálogo sobre o conceito de autoridade cognitiva a partir da comunidade evangélica brasileira e suas autoridades eclesiásticas e espirituais para compreender o fenômeno da desinformação nesse segmento. Para essa reflexão apresenta dados sobre o crescimento exponencial desse grupo nas últimas décadas, o tratamento utilizado durante esse período pela mídia tradicional e, em contraponto, uma pesquisa do Instituto de Estudos da Religião com tópicos elencados por mulheres sobre a relação com a igreja. Em seguida, descreve os conceitos utilizados nas comunidades evangélicas para as autoridades eclesiásticas, que podem ser atribuídas através de cargos administrativos, a autoridade espiritual, que se estabelece através do reconhecimento dos membros sem possuir cargo formalizado e, nos ambientes digitais, a ascensão de autoridades espirituais como influenciadores e youtubers, que detém junto às comunidades liderança dentro e fora das igrejas. A partir desse contexto aponta-se o uso do conceito de autoridade cognitiva e suas novas categorias, a saber: as autoridades cognitivas genuínas a as pseudo autoridades cognitivas. Estabelece como tais autoridades fazem sentido nas relações entre autoridades religiosas e a comunidade evangélica. Para finalizar, o artigo aponta as primeiras observações sobre a relevância dessas autoridades, vistas pelos membros como fontes confiáveis de informação e a necessidade de criar uma agenda de pesquisa aprofundando os estudos no campo de estudos da informação, especialmente da ética da informação sobre a desinformação nas comunidades evangélicas brasileiras

Biografia do autor

Marianna Zattar, Curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Centro de Ciência Jurídicas e Econômicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Referências

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Publicado

01/12/2023

Como citar

FIGUEIREDO, M. F. de; ZATTAR, M. Autoridades cognitivas versus autoridades eclesiásticas e espirituais: as comunidades evangélicas brasileiras e a desinformação. Liinc em Revista, [S. l.], v. 19, n. 2, p. e6628, 2023. DOI: 10.18617/liinc.v19i2.6628. Disponível em: https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6628. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Guerras Culturais: Informação, Política e Disputas Simbólicas