Autoridades cognitivas versus autoridades eclesiásticas e espirituais: as comunidades evangélicas brasileiras e a desinformação
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v19i2.6628Palavras-chave:
Autoridade cognitiva, Autoridade religiosa, Comunidade evangélica, DesinformaçãoResumo
Esse texto tem por objetivo estabelecer um diálogo sobre o conceito de autoridade cognitiva a partir da comunidade evangélica brasileira e suas autoridades eclesiásticas e espirituais para compreender o fenômeno da desinformação nesse segmento. Para essa reflexão apresenta dados sobre o crescimento exponencial desse grupo nas últimas décadas, o tratamento utilizado durante esse período pela mídia tradicional e, em contraponto, uma pesquisa do Instituto de Estudos da Religião com tópicos elencados por mulheres sobre a relação com a igreja. Em seguida, descreve os conceitos utilizados nas comunidades evangélicas para as autoridades eclesiásticas, que podem ser atribuídas através de cargos administrativos, a autoridade espiritual, que se estabelece através do reconhecimento dos membros sem possuir cargo formalizado e, nos ambientes digitais, a ascensão de autoridades espirituais como influenciadores e youtubers, que detém junto às comunidades liderança dentro e fora das igrejas. A partir desse contexto aponta-se o uso do conceito de autoridade cognitiva e suas novas categorias, a saber: as autoridades cognitivas genuínas a as pseudo autoridades cognitivas. Estabelece como tais autoridades fazem sentido nas relações entre autoridades religiosas e a comunidade evangélica. Para finalizar, o artigo aponta as primeiras observações sobre a relevância dessas autoridades, vistas pelos membros como fontes confiáveis de informação e a necessidade de criar uma agenda de pesquisa aprofundando os estudos no campo de estudos da informação, especialmente da ética da informação sobre a desinformação nas comunidades evangélicas brasileiras
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