A mulher como informe

uma maculatura desclassificada na tipografia do informar

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.18617/liinc.v14i2.4303

Palabras clave:

Desclassificação, Informe, Mulher, Filosofia da Informação

Resumen

Este texto trata do (não)conceito mulher na história ontológica do informar, cuja cifra é o informe. Aborda a questão marginal do feminino e sua condição desclassificada nas largas linhas do pensamento ocidental, em especial, na visão de Aristóteles e, por ora, também de Sócrates (ou Platão). Como argumento, delineia o informe como uma rasura no conceito de informação e, em paralelo, apresenta a mulher como uma marginália simultânea nesse processo ocidental de obliteração. Por fim, assinala um revém na história conceitual da informação.

 

Referencias

AGAMBEN, Giorgio. Bartleby, escrita da potência: Bartleby, ou, Da contingência. Lisboa: Assírio & Alvim, 2008.

________. El fuego y el relato. Madrid: Sextopiso, 2016.

________. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.

________. A linguagem e a morte. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006.

________. Medios sin fin: notas sobre la política. Valencia: Pre-textos, 2001.

________. A potência do pensamento. Lisboa: Relógio D’água, 2013.

________. La ragazza indicibile: mito e mistero di Kore. Milão: Electa, 2011.

________. O uso dos corpos. São Paulo: Boitempo, 2017.

ANDRADE, Oswald. Utopia antropofágica. Rio de Janeiro: Globo, 2011.

ARISTÓTELES. Da alma. Lisboa: Imprensa Nacional, 2010.

________. De la Génération des animaux. Paris: Les Belles Lettres, 1961.

________. Metafísica. São Paulo: Loyola, 2002.

BARITÉ, Mario. Concepto. In: BARITÉ, Mario et al. Diccionario de Organización del Conocimiento: Clasifcación, Indización, Terminología. Montevideo: CSIC, 2015. p. 52.

BLUMENBER, Hans. Teoria da não-conceitualidade. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2013.

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Zouk, 2011.

________. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004.

________. A profissão de sociólogo: preliminares epistemológicas. Petrópolis: Vozes, 1999.

BURY, Richard. Philobiblion: mui interessante tratado sobre o amor aos livros. São Paulo: Ateliê, 2004.

CAPURRO, Rafael. On the genealogy of information. In: KORNWACHS, K. J. (Ed.) Information: new questions to a multidisciplinary concept. Berlin: Verlag, 1996. p. 259-270.

________. Pasado, presente y futuro de la noción de información. In: ENCUENTRO INTERNACIONAL DE EXPERTOS EM TEORIAS DE LA INFORMACIÓN: UN ENFOQUE INTERDISCIPLINAR, 1, 2008, León. Anais... León: Proycto: BITrum, 2008.

CAPURRO, R.; HJORLAND, B. O conceito de informação. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 12, n. 1, p. 148-207, jan./ abr. 2007.

________. What is Information Science for? a philosophical reflection In:

VAKKARI, P.; CRONIN, B. (Ed.). Conceptions of Library and Information Science:

historical, empirical and theoretical perspectives. London: Taylor Graham,1992. p. 82-96.

CASSIN, Barbara. Aristóteles e o logos: contos da fenomenologia comum. São Paulo: Loyola, 1999.

________. O dedo de Crátilo. In: CASSIN, Barbara. Ensaios sofísticos. São Paulo: Siciliano, 1990. p. 27-37.

________. O efeito sofístico. São Paulo: Ed. 34, 2005.

________. Jacques, o Sofista: Lacan, logos e psicanálise. São Paulo: Autêntica, 2017.

________. Que quer dizer: dizer alguma coisa? Discurso, v.20, p. 19-39, 1993.

CASTRO, Eduardo Viveiros de. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: n-1 edições, 2018.

CRIPPA, Giulia. Poéticas da informação: representações artísticas e literárias de livros, bibliotecas e de seus protagonistas. São Paulo: Todas as musas, 2014.

DAHLBERG, Ingetraut. Knowledge organization: its scope and possibilities. Knowledge Organization, v.20, n.4, p.211-222, 1993.

DAY, Ronald. The modern invention of information: discourse, history and power. Southern Illinois: Southern Illinois University Press, 2001.

DERRIDA, Jacques. A farmácia de Platão. São Paulo: Iluminuras, 2005.

________. Enlouquecer o subjétil. São Paulo: UNESP, 1998.

________. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva, 2013.

________. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.

FREYRE, Gilberto. Casa grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Rio de Janeiro: Record, 1990.

FRICKER, Miranda. Epistemic Injustice: Power and the Ethics of Knowing. New York: Oxford University Press, 2007

GARCÍA GUTIÉRREZ, Antonio. Desclassification in knowledge organization: a post-epistemological essay. Transinformação, v. 23, n. 1, p. 5-14, 2011.

GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel. Cheiro de goiaba: conversa com Plínio Apuleyo Mendoza. Rio de Janeiro: Record, 2014.

GONZÁLEZ DE GÓMEZ, Maria Nélida. As Ciências Sociais e as questões de informação. Morpheus, v.9, n.14, p. 18-37, 2012.

HESÍODO. Teogonia. São Paulo: Iluminuras,1995.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

JÁUREGUI, Carlos. Canibalia: canibalismo, calibalismo, antropofagia cultural y consumo en América Latina. Madrid: Iberoamericana, 2008.

KLAPISCH-ZUBER, Christiane. Masculino/feminino. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Orgs.). Dicionário analítico do Ocidente medieval: volume 2. São Paulo: Unesp, 2017. p.157-171.

LACAN, Jacques. Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

________. O seminário, Livro 17: o avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992.

LANGRIDGE, Derek. Classificação: abordagem para estudantes de Biblioteconomia. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

LATOUR, Bruno. A esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. Bauru: EDUSC, 2001.

________. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simetrica. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994.

LOPES, Marisa. Para uma história conceitual da discriminação da mulher. Cadernos de Filosofia Alemã, n.15, p. 81-96, 2010.

MARX, Karl. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo, 2011.

MALABOU, C. Changer de différence. Les femmes et la philosophie. Paris: Galilée, 2009.

OLSON, H.; NIELSEN, J.; Dippie, S. Enciclopaedist rivalry, classificatory commonality, Illusory Universality. In: López Huertas, M.J. (Ed.). Proceedings of the Seventh International Isko Conference: advances in knowledge organization. Würzburg: Ergon Verlag, 2002. p.457-464.

PAZ, Otávio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 1972.

PLATÃO. Filebo, Timeo, Critias. Madrid: Grecos, 1992.

PLOTINO. Enéadas I, II e III. Trad. José Carlos Baracat Júnior. São Paulo: Unicamp, 2006.

POMBO, Olga. Da classificação dos seres à classificação dos saberes. Revista da Biblioteca Nacional de Lisboa, n. 2, p. 19-33, 1998.

RENDÓN ROJAS, Miguel A. R. Bases teóricas y filosóficas de la bibliotecología. México: UNAM, 2005.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou Da Educação. Rio de Janeiro: Difel, 1979.

SHAKESPEARE, William. Othello, the Moore of Venice. 2017. Disponível em: <http://shakespeare.mit.edu/othello/othello.4.2.html>. Acesso em: 15 de janeiro de 2017.

VERNANT, Jean-Pierre. A morte nos olhos: figurações do outro na Grécia Antiga, Artemis, Gorgo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988.

ZAREMSKA, Hanna. Marginais. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Orgs.). Dicionário analítico do Ocidente medieval: volume 2. São Paulo: Unesp, 2017. p. 139-155.

Publicado

17/12/2018

Número

Sección

Organización del Conocimiento: agendas sociopolíticas y sus conflictos históricos