Crescimento demoeconômico no Antropoceno e negacionismo demográfico
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v18i1.5942Palabras clave:
População, Aquecimento global, Pegada ecológica, Biocapacidade, Decrescimento demoeconômicoResumen
O mundo experimentou, nos últimos 250 anos, um crescimento econômico e demográfico, de tal ordem, que degradou a maioria dos ecossistemas do Planeta, provocou a perda de biodiversidade e desestabilizou o clima que havia apresentado uma impressionante estabilidade no Holoceno. Assim, gestou-se uma nova Era geológica, o Antropoceno, época em que as atividades antrópicas se constituem em uma força tão poderosa que tem sido capaz de sobrepassar a capacidade de carga da Terra. O objetivo deste artigo é mostrar como o impacto do crescimento econômico e demográfico influiu na sobrecarga ambiental e na elevação das emissões de carbono, que são vetores inequívocos do agravamento da crise climática e ambiental. Para tanto será utilizado, por um lado, a metodologia que relaciona a Pegada Ecológica e a Biocapacidade da Terra para mensurar, tanto o déficit ecológico global, quanto o déficit por categorias de renda. Por outro lado, serão avaliadas as correlações entre as emissões de CO2, a temperatura global e o crescimento da economia e da população. Ao contrário do que opinam os céticos e negacionistas, o artigo reforça o entendimento de que o aumento das atividades humanas sobre o meio ambiente, principalmente nos últimos 70 anos, tem rompido os limites das fronteiras planetárias. E, embora o aumento do volume global da produção de bens e serviços deva ser considerado o principal fator desestabilizador do Sistema Terra, não se pode desconsiderar a contribuição do crescimento demográfico para a ampliação do déficit ecológico global
Referencias
ALVES, J. E. D.; MARTINE, G. Population, development and environmental degradation in Brazil. In: ISSBERNER, L. R.; LÉNA, P (Eds). Brazil in the Anthropocene: Conflicts between predatory development and environmental policies. New York: Routledge, 2017.
DALY, H. Ecologies of Scale, Interview by Benjamin Kunkel. New Left Review 109, Jan-Fev 2018. Disponível em: <https://newleftreview.org/II/109/herman-daly-benjamin-kunkel-ecologies-of-scale>, acesso em 10/03/2022.
DASGUPTA, P. The Economics of Biodiversity: The Dasgupta Review. London: HM Treasury, 2021. Disponível em: <https://www.gov.uk/government/publications/final-report-the-economics-of-biodiversity-the-dasgupta-review> , acesso em 10/03/2022
GEORGESCU-ROEGEN, N. The Entropy Law and the Economic Process. Harvard University Press, 1971.
GLOBAL Footprint Network. Disponível em: <https://data.footprintnetwork.org/#/exploreData>, acesso em 10/03/2022.
HICKEL, J. Less is more: how degrowth will save the world, Penguin Random House, London, 2021.
The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). Climate Change: Impacts, Adaptation and Vulnerability, Intergovernmental Panel on Climate Change, 28/02/2022. Disponível em: <https://report.ipcc.ch/ar6wg2/pdf/IPCC_AR6_WGII_FinalDraft_FullReport.pdf>, acesso em 10/03/2022.
The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). Climate Change and Land. An IPCC Special Report on climate change, desertification, land degradation, sustainable land management, food security, and greenhouse gas fluxes in terrestrial ecosystems, 08/08/2019. Disponível em: <https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2019/08/4.-SPM_Approved_Microsite_FINAL.pdf>, acesso em 10/03/2022.
The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). Global Warming of 1.5 °C, 2018. Disponível em: <http://www.ipcc.ch/report/sr15/>, acesso em 10/03/2022.
LÉNA, P.; ISSBERNER, L. R. Anthropocene in Brazil: an inquiry into development obsession and policy limits. In: ISSBERNER, L.R.; LÉNA, P. (Eds). Brazil in the Anthropocene: Conflicts between predatory development and environmental policies. New York: Routledge, 2017.
MARTINE, G; ALVES, J. E. D. Economia, sociedade e meio ambiente no século 21: tripé ou trilema da sustentabilidade? R. Bras. Est. Pop. Rebep, n. 32, v. 3, 2015.
MADDISON, A. Maddison Project Database 2020, Groningen Growth and Development Centre, 2020.
MEADOWS, D. et. al. Limites do Crescimento. Um relatório para o Projeto do Clube de Roma sobre o Dilema da Humanidade, Editora Perspectiva, 2ª ed., São Paulo, 1978.
NOAA National Centers for Environmental information, Climate at a Glance: Global Time Series, abril de 2022. Disponível em: <https://www.ncdc.noaa.gov/cag/>, acesso em 10/03/ 2022.
O'SULLIVAN, J. The social and environmental influences of population growth rate and demographic pressure deserve greater attention in ecological economics, Ecological Economics, v. 172, 2020.
RIPPLE, W. et. al. World Scientists’ Warning of a Climate Emergency, BioScience, 05/11/2019. Disponível em: <https://academic.oup.com/bioscience/advance-article/doi/10.1093/biosci/biz088/5610806> , acesso em 10/03/2022.
SMIL, V. Energy and Civilization – A History, Cambridge, MA: The MIT Press, 2017.
SPENCE, Michael. The Next Convergence: The Future of Economic Growth in a Multispeed World, Farrar, Straus and Giroux, 2012. Disponível em: <https://www.amazon.com/Next-Convergence-Future-Economic-Multispeed/dp/1250007704>, acesso em 10/03/2022.
STEFFEN et. al. Trajectories of the Earth System in the Anthropocene, Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 115, n. 33, p. 8252-8259, 2018.
SYVITSKI, J., et al. Extraordinary human energy consumption and resultant geological impacts beginning around 1950 CE initiated the proposed Anthropocene Epoch. Commun Earth Environ, n. 32 v. 1, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.1038/s43247-020-00029-y>, acesso em 10/03/2022.
THE GLOBAL Carbon Project (GCP), 2001-2021. Disponível em: <https://www.globalcarbonproject.org/>, acesso em 10/03/2022.
UNITED NATIONS, Department of Economic and Social Affairs, Population Division. World Population Prospects 2019, Online Edition, 2019,. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/>, acesso em 10/03/2022.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 José Eustáquio Diniz Alves
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam na Liinc em Revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Consulte a Política de Acesso Livre e Autoarquivamento para informações permissão de depósitos de versões pré-print de manuscritos e artigos submetidos ou publicados à/pela Liinc em Revista.
Liinc em Revista, publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, é licenciada sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC BY 4.0