Quando a métrica orienta o processo avaliativo estético em literatura
DOI:
https://doi.org/10.18617/99smwm08Palabras clave:
Critérios, Julgamentos, Mensuração, ConsensoResumen
Conceitos e fenômenos subjetivos, tais como processos de julgamentos, opiniões, atitudes sociais e valorização de obras literárias, têm sido difíceis de serem mensurados acuradamente. Muitos deles, em crítica literária, sendo de natureza subjetiva, enfrentam problemas para obter medidas precisas em avaliações governamentais de aquisição de obras literárias para instituições escolares, de júri de concursos literários nacionais e internacionais e de editoras na seleção de obras a integrarem a renovação de seu catálogo. Utilizando-se os métodos psicofísicos de estimação de magnitude e de emparelhamento intermodal, desenvolvidos na psicofísica sensorial, e sendo atualmente usados nas ciências sociais, que tem se mostrado promissores como instrumentos para escalonar fenômenos subjetivos, este trabalho aborda sua aplicação no estudo de obras selecionadas e não selecionadas de literatura, para verificar se, aplicados os mesmos, sem prejuízo para os critérios tradicionais, estas duas técnicas psicofísicas podem ser consideradas um modelo complementar às categorias tradicionais de valorização de obras literárias, que permita raciocinar as ferramentas de criação do autor em circunstâncias que necessitem ir além de apreciações e julgamentos de valor intuitivo. Os resultados alcançados pelos métodos psicofísicos mostraram equivalência com os resultados alcançados pelos critérios tradicionais de análise literária. Concluiu-se que a estimação de magnitude e de emparelhamento intermodal são formas práticas e rápidas para seleção de originais em contextos que exigem otimização de tempo para seleção de obras, sem perda de qualidade.
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