Do princípio monográfico à unidade documentária
exploração dos fundamentos da Catalogação
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v7i1.402Palabras clave:
Catalogação, Representação Descritiva, Princípio Monográfico, Unidade Documentária, Obra, AssuntoResumen
Discorre sobre a noção de unidade documentária – unidade informacional mínima, considerada de interesse de um grupo de usuários e passível de representação para a produção de registros de bases de dados – com o fim de explorar os fundamentos da Catalogação. Duas concepções são consideradas: o conceito de obra proposto por Panizzi como parte dos princípios para a produção de catálogos de bibliotecas, depois retomado no modelo Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR); e o conceito de assunto como modo de identificar a unidade intelectual (a partir da unidade física), desenvolvido pela Documentação e aplicado em sistemas de informação científica. Parte da hipótese de que estas concepções se configuram como aproximações histórico-conceituais à noção de unidade documentária constituindo-se, portanto, como pertinentes à sua problematização. Como metodologia, foi realizada abordagem histórico-conceitual das duas concepções citadas e análise sobre sua contribuição atual. Inicialmente, contextualiza-se o tema da Catalogação, tratando de seus objetivos e da terminologia existente sob o ponto de vista dos processos e instrumentos de produção e gestão de bases de dados. Em seguida, apresentam-se alguns dos princípios da Catalogação consolidados por Panizzi na metade do século XIX, e o princípio monográfico proposto por Otlet para a Documentação a partir daqueles, para então discorrer sobre a articulação entre esses princípios e suas aplicações no decorrer do século XX. Observa que o cenário desenhado por essas duas concepções, respectivamente sob o predomínio da comunidade de bibliotecas e dos serviços e redes de informação científica, vem tomando novos contornos desde as últimas décadas. Constata que os conceitos de obra e de assunto não se constituem como aspectos auto-exclusivos da atividade de produção e gestão de bases de dados, mas como princípios gerais para a identificação da unidade documentária a partir da qual o registro de informação é construído.
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