O dispositivo como unidade básica do conhecimento na web semântica
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v14i2.4326Palavras-chave:
Sistema de organização do conhecimento, Classificação, Recuperação, ConceitoResumo
As bases teóricas que sustentam a proposta de elaboração de um sistema de organização do conhecimento capaz de superar as limitações da abordagem dicotômica tradicional podem ser simbolizadas com o deslocamento da representação imagética do conhecimento da árvore para o rizoma. Neste contexto, o presente artigo propõe a adoção da noção filosófica de dispositivo como unidade básica do conhecimento em sistemas orientados pela recuperação. Para tanto, são investigadas as origens históricas desse deslocamento e analisados os seus impactos na web – um ambiente informacional que se torna maior a cada instante, em termos de volume de dados, e mais complexo, no que diz respeito à dispersão e à fragmentação da informação. São discutidos ainda os desafios e possíveis desdobramentos relativos à organização do conhecimento e à recuperação da informação no âmbito da web semântica.
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Qu’est-ce qu’un dispositif. Paris: Rivages, 2007.
AGHAEI, Sareh; NEMATBAKHSH, Mohammad Ali; FARSANI, Hadi Khosravi. Evolution of the world wide web: From WEB 1.0 TO WEB 4.0. International Journal of Web & Semantic Technology, v. 3, n. 1, p. 1, 2012.
AUSTIN, Derek. Two steps forward. In: PALMER, BERNARD I. Itself an education. London: The Libray Association, 1971. p. 69–110.
BERNERS-LEE, Tim; FISCHETTI, Mark. Weaving the Web: The original design and ultimate destiny of the World Wide Web by its inventor. Nova Iorque: Harper, 1999.
BERNERS-LEE, Tim; HENDLER, James; LASSILA, Ora. The semantic web. Scientific american, v. 284, n. 5, p. 28–37, 2001.
BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.
BUCKLAND, Michael. Briet, 1894-1989,“Madame Documentation”. Buckland website. [S.l: s.n.]. Disponível em: <http://people.ischool.berkeley.edu/~buckland/briet.html>. , 2007
BURKE, Peter; BRIGGS, Asa. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difusão, 1988.
COUZINET, Viviane. Complexidade e documento: a hibridação das mediações nas áreas em ruptura. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, v. 3, n. 3, p. 10–16, 2009.
COUZINET, Viviane. De la communication scientifique à la médiation spécialisée: communication des savoirs et formes d’hybridations. Problématiques émergentes dans les sciences de l’information. Paris: Hermès, Lavoisier, 2008. p. 57–85.
DAHLBERG, Ingetraut. Brief Communication: What is Knowledge Organization? Knowledge Organization, v. 41, n. 1, 2014.
DAHLBERG, Ingetraut. Teoria do conceito. Ciência da informação, v. 7, n. 2, p. 101–107, 1978.
DE SANTIS, Rodrigo. Sistemas de organização do conhecimento para domínios complexos: abordagem a canções populares na web semântica utilizando propriedades fuzzy. 2016. Tese. Doutorado – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2016.
DELEUZE, Gilles. O atual e o virtual. Allez, Éric. Deleuze filosofia virtual. Rio de Janeiro: 34, 1996. .
DELEUZE, Gilles. Qu’est-ce qu’un dispositif? Michel Foucault philosophe: rencontre internationale. Paris: [s.n.], 1988. v. 9. p. 316–325.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Introdução: rizoma. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. 1. ed. [S.l.]: Editora 34, 1995. v. 1. .
ECO, Umberto. Da árvore ao labirinto: estudos históricos sobre o signo e a interpretação. Rio de Janeiro: Record, 2013.
FEDELI, Gian Carlo. Metaphors of Order and Disorder: From the Tree to the Labyrinth and Beyond. Knowledge Organization, v. 40, n. 6, 2013.
FOSKETT, Douglas J. Beyond Reductionism. Journal of Librarianship and Information Science, v. 2, n. 2, p. 139–143, 1970.
FOUCAULT, Michel. L’Archéologie du Savoir. Paris: Gallimard, 1969.
FOUCAULT, Michel. Le jeux de Michel Foucault. [Entretien avec D. Colas, A. Grosrichard, G. Le Gaufey, J. Livi, G. Miller, J. Miller, J.-A. Miller, C, Millot, G. Wajeman]. Bulletin périodique du champ freudien, n. 10, p. 62–93, 1977.
FOUCAULT, Michel. L’Ordre du Discours. Paris: Gallimard, 1971.
FOUCAULT, Michel. Surveiller et punir. Paris: Gallimard, 1975.
GNOLI, Claudio; SZOSTAK, Rick. The León Manifesto. Knowledge Organization, v. 34, n. 1, p. 6–8, 2007.
GOMES, Hagar Espanha. Tendências da pesquisa em Organização do Conhecimento. Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, v. 2, n. 1, p. 60–88, 2009.
GONZÁLEZ DE GOMEZ, Maria Nélida. O caráter seletivo das ações de informação. Informare - Cadernos Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação, v. 5, n. 2, p. 7–31, 1999.
JACOB, Elin K. Classification and categorization: a difference that makes a difference. Library Trends, v. 52, n. 3, p. 515–540, 2004.
LANGRIDGE, Derek. Classificação - abordagem para estudantes de biblioteconomia. Rio de Janeiro: Interciência, 1977.
MARTELETO, Regina Maria; COUZINET, Viviane. Mediações e dispositivos de informação e comunicação na apropriação de conhecimentos: elementos conceituais e empíricos a partir de olhares intercruzados. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, v. 7, n. 2, p. 1–16, 2013.
MAZZOCCHI, Fulvio. Images of thought and their relation to classification: the tree and the net. Knowledge Organization, v. 40, n. 6, p. 366–74, 2013.
MAZZOCCHI, Fulvio. Western science and traditional knowledge. EMBO reports, v. 7, n. 5, p. 463–466, 2006.
MEYRIAT, Jean. Document, documentation, documentologie. l’écrit et le document. Schéma et schématisation, v. 14, p. 51–63, 1981.
OLSON, Hope A. Exclusivity, teleology and hierarchy: Our Aristotelean legacy. Knowledge Organization, v. 26, n. 2, p. 65–73, 1999.
ORTEGA, Cristina Dotta; LARA, Marilda Lopes Ginez De. A noção de documento: de Otlet aos dias de hoje. Datagramazero - Revista de Ciência da Informação, v. 11, n. 2, 2010.
PINHEIRO, Lena Vania Ribeiro; PEREIRA, Maria de Nazaré Freitas. O sonho de Otlet: aventura em tecnologia da informação e comunicação. Interdiscursos da Ciência da Informação: arte, museu e imagem, 2000.
POMBO, Olga. Da classificação dos seres à classificação dos saberes. Revista da Biblioteca Nacional de Lisboa, n. 2, p. 19, 1998.
RANGANATHAN, Shiyali Ramamrita. Prolegomena to library classification. 2. ed. [S.l.]: Asia Publishing House (New York), 1967.
Semantic Web. Disponível em: <http://www.w3.org/standards/semanticweb/>.
SHERA, Jesse H. Putting knowledge to work. Libraries and the organization of knowledge, p. 51–62, 1956.
SHERA, Jesse H. What lies ahead in classification. Proceedings of the Allerton Park Institute, p. 116–128, 1960.
SOUZA, Rosali Fernandez De. A classificação como interface da Internet. 2000.
TANENBAUM, Andrew S. Structured computer organization. [S.l.]: Pearson, 2006.
VICKERY, Brian. Faceted classification for the web. Axiomathes, v. 18, n. 2, p. 145–160, 2008.
VICKERY, Brian. Information Representation and Retrieval in the Digital Age. Program, v. 38, n. 3, p. 213–213, 2004.
VICKERY, Brian. Knowledge representation: a brief review. Journal of documentation, v. 4, n. 3, p. 145–159, 1986.
WILDEN, Anthony. System and Structure: Essays in communication and exchange s
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Rodrigo De Santis

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Liinc em Revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Consulte a Política de Acesso Livre e Autoarquivamento para informações permissão de depósitos de versões pré-print de manuscritos e artigos submetidos ou publicados à/pela Liinc em Revista.
Liinc em Revista, publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, é licenciada sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC BY 4.0