Curadoria de dados na prevenção da violência contra a mulher:: uma análise crítica

Denise Fukumi Tsunoda; André José Ribeiro Guimarães; Andréa Vasconcelos Carvalho

doi:10.18225/ci.inf.v53i.6883

Autores

Denise Fukumi Tsunoda Universidade Federal do Paraná
André José Ribeiro Guimarães Universidade Federal do Paraná
Andréa Vasconcelos Carvalho Universidade Federal do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.18225/ci.inf.v53i.6883

Palavras-chave:

qualidade dos dados, feminicídio, revisão narrativa, curadoria de dados, violência doméstica

Resumo

A curadoria de dados é o processo de coletar, analisar e gerenciar dados para garantir que eles sejam precisos, confiáveis e relevantes para um determinado objetivo. Dentre as diversas aplicações, está a colaboração para a prevenção de violências mediante o fornecimento de informações que contribuam para identificar riscos e implementar medidas preventivas. O objetivo desta pesquisa é apresentar uma análise crítica (com vantagens e riscos) da aplicação de curadoria de dados na prevenção da violência doméstica e do feminicídio. Para o alcance de tal objetivo, recorreu-se a revisão narrativa da literatura mediante buscas nas bases de dados Lens.org e Dimensions. Os artigos recuperados foram reunidos, identificados e seus conteúdos foram sumarizados e analisados. O serviço de inteligência artificial do Azure apontou, nos resumos dos documentos, um sentimento predominantemente negativo e embora a temática dos estudos envolva sentimentos desse tipo (violência), os resumos não fornecem informações detalhadas sobre possíveis soluções ou progressos, concentrando-se principalmente na problematização do tema. Os resultados provenientes das análises adicionais indicam potenciais áreas de pesquisa, aplicações diretas da curadoria de dados relacionadas à temática em questão, bem como a identificação das tecnologias aplicáveis. Ademais, foram identificados desafios da aplicação da curadoria de dados ao contexto, o que inclui vieses nos dados, estigmatização, qualidade e acessibilidade. Conclui-se que a curadoria de dados pode auxiliar na prevenção à violência doméstica contra a mulher e ao feminicídio como uma ferramenta complementar no combate a este complexo problema que exige abordagens multidisciplinares, integradas e sensíveis à diversidade das experiências das mulheres.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

André José Ribeiro Guimarães, Universidade Federal do Paraná

Doutor em Gestão da Informação pela Universidade Federal do Paraná (2022). Possui graduação em Desenho Industrial, com habilitação em Programação Visual, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004) e mestrado em Ciência, Gestão e Tecnologia da Informação pela Universidade Federal do Paraná (2014). Tem experiência na área de design digital, atuando como desenvolvedor web desde 2005. A partir de 2012, voltou a atuar na área acadêmica, principalmente nos seguintes temas: programação de computadores, gestão do conhecimento, inovação, criatividade, mineração de textos, ciência de dados e bibliometria. Como professor, além das disciplinas da área de tecnologia, lecionou sobre experiência do usuário (UX), big data, marketing, gamificação e comportamento do consumidor.
Andréa Vasconcelos Carvalho, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Doutora em Sistemas de Información y Documentación pela Universidad de Zaragoza (Espanha), Mestra em Ciência da Informação e Bacharela em Biblioteconomia pela Universidade Federal da Paraíba. É Professora Associada do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, do qual foi chefa (2012-2016). É docente do curso de graduação em Biblioteconomia e docente permanente do Programa de Pós-graduação em Gestão da Informação e do Conhecimento, o qual coordenou (2016-2019). É vice-líder do grupo de pesquisa Tecnologia e Gestão da Informação e do Conhecimento. Tem interesse em Ciência da Informação com ênfase na Gestão da Informação e do Conhecimento, especialmente na auditoria da informação, curadoria de conteúdos e gestão da informação e do conhecimento pessoal.

Referências

ABBOTT, Daisy. What is digital curation? 2 Apr. 2008. Disponível em: <https://www.dcc.ac.uk/guidance/briefing-papers/introduction-curation/what-digital-curation>. Acesso em: 27 dez. 2023.

BAETHGE, Christopher et al. SANRA-a scale for the quality assessment of narrative review articles. Research Integrity and Peer Review, [s. l.], v. 4, n. 1, p. 1-7, 2019. DOI 10.1186/s41073-019-0064-8. Disponível em: <https://researchintegrityjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s41073-019-0064-8#citeas>. Acesso em: 27 dez. 2023.

BARBIERI, Carlos. Governança de dados. Rio de Janeiro: Editora Alta Books, 2020.

BRASIL. Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal [...]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 27 dez. 2023.

BRASIL. Lei no 13.104, de 9 de março de 2015 (Lei do Feminicídio), Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio [...]. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13104.htm>. Acesso em: 27 dez. 2023.

BRASIL. Ministério da Justiça. Botão do pânico é tecnologia aliada de mulheres vítimas de violência. 2016. Disponível em: <https://cnj.jusbrasil.com.br/noticias/398345291/botao-do-panico-e-tecnologia-aliada-de-mulheres-vitimas-de-violencia>. Acesso em: 27 dez. 2023.

BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. O que é a central de atendimento à mulher – Ligue 180?. 2013. Disponível em: <https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/mais-mulheres-na-politica/o-que-e-central-de-atendimento-a-mulher-2013-ligue-180>. Acesso em: 27 dez. 2023.

BRASÍLIA (Distrito Federal). Secretaria de Estado da Mulher. Secretaria da mulher e órgãos do GDF farão força-tarefa para prevenir o feminicídio. Atualizado em 1 fev. 2023. [On-line]. Brasília, DF: GDF, 2023. Disponível em: <https://www.mulher.df.gov.br/secretaria-da-mulher-e-orgaos-do-gdf-farao-forca-tarefa-para-prevenir-o-feminicidio/>. Acesso em: 27 dez. 2023.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Ferramenta de IA será desenvolvida para apoiar análise de processos de feminicídio. 22 dez. 2022. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/ferramenta-de-inteligencia-artificial-sera-desenvolvida-para-apoiar-analise-de-processos-de-feminicidio/>. Acesso em: 27 dez. 2023.

ENAP. Gestão inteligente de dados. In: ENAP. Governança de dados. Brasília, DF: ENAP, 2021. Disponível em: <https://repositorio.enap.gov.br/jspui/bitstream/1/7092/3/M%c3%b3dulo3%20Gest%c3%a3o%20inteligente%20de%20Dados%2003-21.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2023.

INSTITUTO LEGADO. Aplicativos que combatem a violência contra as mulheres. 6 mar. 2020. Disponível em: <https://institutolegado.org/blog/aplicativos-combatem-violencia-contra-mulher/?gclid=CjwKCAjwrdmhBhBBEiwA4Hx5gxQlJPDT-SMTwu5j7ne2RY1fDuyCJzzuIiTJ0PO2jq7L729eq0fM2BoCafIQAvD_BwE>. Acesso em: 26 dez. 2023.

KUMAR, Krishna. SANRA: tool for assessing narrative review articles. July 24, 2020. Disponível em: <https://www.cognibrain.com/sanra-tool-for-assessing-narrative-review-articles/>. Acesso em: 27 dez. 2023.

NETFLIX. Coded Bias. Direção e Produção: Shalini Kantayya. Intérpretes: Joy Buolamwini, Meredith Broussard, Cathy O'Neil, Timnit Gebru et al. Roteiro: Steve Acevedo. [S. l.]: Netflix, 2020. [On-line] color. (1h 25min.). Disponível em: <https://www.netflix.com/br/title/81328723>. Acesso em: 27 dez. 2023.

OKABAYASHI, Nathalia Yuri Tanaka et al. Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 3, n. 3, p. 4511-4531, 2020. DOI 10.34119/bjhrv3n3-049. Disponível em: <https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/9998>. Acesso em: 27 dez. 2023. DOI: 10.34119/bjhrv3n3-049.

PALETTA, Francisco C.; SILVA, Armando Malheiro da (Org.). Série tecnologia e organização da informação: contribuições para a ciência da informação. São Paulo: Editora Blucher, 2020.

PARANÁ. Governo do Estado. Secretaria da Segurança Pública. Centro de Análise, Planejamento e Estatística – CAPE. 2023. Disponível em: <https://www.seguranca.pr.gov.br/CAPE>. Acesso em: 27 dez. 2023.

PENHAS. Aplicativo PenhaS. 2023. Disponível em: <https://azmina.com.br/projetos/penhas/>. Acesso em: 26 dez. 2023.

RIO DE JANEIRO (Estado). Instituto de Segurança Pública. ISP dados: visualização. 2023. Disponível em: <http://www.ispvisualizacao.rj.gov.br>. Acesso em: 18 dez. 2023.

ROICHMAN, Carlos Barreto Campello. Faca, peixeira, canivete: uma análise da lei do feminicídio no Brasil. Revista Katálysis, Florianópolis, v. 23, n. 2, p. 357-365, maio/ago. 2020. Disponível em: <https://antigo.periodicos.ufsc.br/index.php/katalysis/article/view/1982-02592020v23n2p357/43326>. Acesso em: 27 dez. 2023.

SÃO PAULO (Estado). Polícia Militar do Estado de São Paulo. Governo de São Paulo lança aplicativo "SOS Mulher". 22 mar. 2019. Disponível em: <https://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/governo-de-sao-paulo-lanca-aplicativo-sos-mulher/>. Acesso em: 27 dez. 2023.

SÃO PAULO (Estado). Portal do Governo. Secretaria de Segurança Pública. Dados e informações estatísticas: violência contra a mulher. 2023. Disponível em: < https://www.ssp.sp.gov.br/estatistica/violencia-contra-a-mulher>. Acesso em: 27 dez. 2023.

SILVA, Tarcízio. Racismo algorítmico: inteligência artificial e discriminação nas redes digitais. São Paulo: Edições Sesc, 2022.

STAIR, Ralph M. et al. Princípios de sistemas de informação. 4. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2021.