A A importância do conhecimento e da C&T para a consolidação das instituições e da democracia
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v8i1.477Palavras-chave:
Mercosul, C&T, Desenvolvimento Institucional, DemocraciaResumo
Por entender haver uma estreita relação entre conhecimento e cultura é possível dizer que a ciência e a técnica não estão acima das sociedades nacionais e de suas especificidades culturais, mesmo que a globalização produza, sempre mais, espaços mundiais e transnacionais providos de fatores e valores comuns, que formam parte do conhecimento. A relação entre comunidades nacionais e conhecimento expressa os desejos e as estratégias de povos e países em conduzir o seu próprio desenvolvimento e ocupar uma posição de reconhecimento e poder. Para isso, além das iniciativas nacionais, os países buscam promover a democracia e o desenvolvimento conjugando interesses e competências capazes de integrar diferentes nacionalidades para a produção de conhecimento e ciência e ampliar os espaços territoriais por onde eles se estendem. Isso ocorre em várias escalas – do local ao nacional, do sub-regional ao transnacional, sempre que possível. Expertise, comunidades de conhecimento e agentes públicos e privados traçam os caminhos do desenvolvimento do conhecimento. Por meio de veios culturais e histórias políticas distintas, eles enfrentam conflitos e tensões em instâncias nacionais ou supranacionais, mas que, ainda assim, permitem uma ação coletiva apoiada em negociação, consenso e cooperação. Entender as possibilidades de cooperação relativas ao fomento do conhecimento em um mundo globalizado – mas também recortado por blocos regionais politicamente organizados – constitui o objetivo deste trabalho. A cooperação em tela é entre países do Mercosul.
Referências
BARTELSON, J. Three concepts of globalization. International Sociology, v. 15, n. 2, June 2000.
BAUMGARTEN, Maíra. Avaliação e gestão de ciência e tecnologia: estado e coletividade científica. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 70, dez. 2004.
BOTTO, Mercedes. Los think thanks em lãs negociaciones comeciales externas?: aconsejan, median o legitiman intereses?: um análisis comparado del Cono Sur. In: . Saber y política em América Latina: el uso del conocimiento em lãs negociaciones comerciales internacionales. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2007.
BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: UNESP, 2004.
CALHOUN, Craig. Constitutional patriotism and the public sphere: interests, identity and solidarity in the integration of Europe. In: GREFF, P.; CIARAN, C. (Ed.). Global justice and transitional politics. Cambridge: MIT Press, 2002.
CHAMPANGHE, Patrick. Prefácio. In: BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: UNESP, 2004.
DOMINGUES, José Maurício. A America Latina e a modernidade contemporânea. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
DOSSIÊ América Latina.Caderno CRH, v. 21, n. 53, Maio/Ago. 2008.
FRASER, Nancy. Rethinking the public sphere: a contribution to the critique of actually existing democracy. In: CALHOUN, G. Habermas and the public sphere. Cambridge: The MIT Press, 1992.
_____. Rethinking recognition. New Left Review, n. 3, May/June 2000.
_____. Social justice in the knowledge kociety: redistribution, recognition, and participation. In: BEITRAG ZUM KONGRESS, 5., 2001, Heinrich-Böll-Stiftung. Proceedings... [S.l.: s.n.], 2001.
GUADILLA, Carmen García. Balance de la década de los 90 y reflexiones sobre las nuevas fuerzas de cambio en la educación superior. In: MOLLIS, M. (Comp.). Las universidades en América Latina: ¿reformadas o alteradas?: la cosmética del poder financiero. Buenos Aires, CLACSO, 2003.
HABERMAS, Jürgen. Conhecimento e interesse. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.
. Ciencia y técnica como “ideología”. Madrid: Tecnos, 1986.
HASS, Peter M. Introduction: epistemic communities and international policy coordination.
International Organization, v. 46, n. 1, 1992.
HESS, David J. Science and technology in a multicultural world: the cultural politics of facts and artifacts. NewYork: Columbia University Press, 1995.
HOFFMANN, A. R.; COUTINHO, M.; KFURI, R. Indicadores e análise multidimensional do processo de integração do Cone Sul. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 51, n. 2, 2008.
LÓPEZ SEGRERA, Francisco El impacto de la globalización de las políticas educativas en los sistemas de educación superior de América Latina y el Caribe. In: MOLLIS, M. (Comp.). Las universidades en América Latina: ¿reformadas o alteradas?: la cosmética del poder financiero. Buenos Aires: CLACSO, 2003.
MACIEL, Maria Lúcia. Ciência, tecnologia e inovação: idéias sobre o papel das ciências sociais no desenvolvimento. Parcerias Estratégicas, n. 21, dez. 2005.
_____. Ciência, tecnologia e inovação: a relação entre conhecimento e desenvolvimento.
BIB: revista brasileira de informação bibliográfica em ciências sociais, n. 54, 2002.
_____. Hélices, sistemas, ambientes e modelos: os desafios à sociologia da inovação.
Sociologias, ano 3, n. 6, 2001.
MARX, Karl . El Capital. Espanha: Universidad Complutense de Madrid, 2002. Tomo I.
_____. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Expressão Popular, 2008. MOLLIS, Marcela. Presentación. In: . Las universidades en América Latina:
¿reformadas o alteradas?: la cosmética del poder financiero. Buenos Aires, CLACSO, 2003. ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo: Braziliense, 1994.
POGGE, Thomas. Creating supra-national institutions democratically: reflections on the European Union's ”democratic deficit''. The Journal of Political Philosophy, v. 5, n. 2, 1997.
_____. Human rights and human responsibilities. In: DE GREIFF, Pablo; CRONIN, Ciaran. Global justice and transitional politics. Cambridge: MIT Press, 2002.
ROUANET, Sérgio Paulo; FREITAG, Bárbara. Habermas: sociologia. São Paulo: Ática, 1980. SAINT-GEOURS, Yves. L”Amérique latine dans la géopolitique mondiale. Pouvoirs: L’Amérique latine, n. 98, 2001.
SBERRO, Stephan. L’intégration régionale en Amérique latine: le mythe de Sysiphe. Pouvoirs:
L’Amérique latine, n. 98, 2001.
SCHNAPPER, Dominique. Qu’est-ce que l’intégration?. Paris: Éditions Gallimard, 2007.
SERBIN, Andrés. Multipolarité, leaderships et institutions régionales: les défis de l’UNASUR face à la prévention des crises régionales. In: VAGNOUX, I.; EEUWEN, D. van. Les relations interaméricaines en perspective: entre crises et alliances. Paris: Editions IHEAL, 2009.
SOSA, Alberto J. El Mercosur político: orígenes, evolución y perspectivas. Disponível em:
. Acesso em: mar. 2008.
SOUSA, J; GERALDES, E. As contribuições de Karl Marx e Max Weber sobre a autonomia/não-autonomia da ciência e tecnologia. Ciências & Cognição, v. 13, n. 1, 2008.
THERBORN, G. Globalizations: dimensions, historical waves, regional effects, normative governance. International Sociology, v. 15, n. 2, June 2000.
TRIGUEIRO, Michelangelo Giotto Santoro. O debate sobre a autonomia/não-autonomia da tecnologia na sociedade. Sociologias, ano 11, n. 22, 2009.
VELHO, Léa. Políticas governamentais e motivações para aproximar pesquisa acadêmica e setor produtivo. In: VELOSO, Jacques (Org.). O ensino superior e o Mercosul. Rio de Janeiro: Ed. Garamond, 1998.
_____. Redes regionais de cooperação em C&T e o MERCOSUL. Parcerias Estratégicas, n. 10, mar. 2001.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ruthy Nadia Laniado, Rubenilda Sodré dos Santos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Liinc em Revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Consulte a Política de Acesso Livre e Autoarquivamento para informações permissão de depósitos de versões pré-print de manuscritos e artigos submetidos ou publicados à/pela Liinc em Revista.
Liinc em Revista, publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, é licenciada sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC BY 4.0