Ressurgência das margens

o projeto Beiras D’Água e os povos e comunidades tradicionais da bacia do rio São Francisco

Autores

  • Bernardo Vaz Coletivo Eita. Cooperativa de Trabalho Educação, Informação e Tecnologia para Autogestão. Caldas, Minas Gerais, Brasil.
  • André Monteiro Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Anderson Camargo Rodrigues Brito Universidade Federal de Pernambuco. Recife - PE, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.18617/liinc.v14i2.4519

Palavras-chave:

Bacia do Rio São Francisco, Documento audiovisual, Organização dos Saberes, Povos e comunidades tradicionais, Projeto Beiras d’Água

Resumo

O relato de experiência se propõe a identificar e a descrever o projeto Beiras d’Água, idealizado ao final de 2015 em meio aos processos de pesquisa de campo do Laboratório de Saúde, Ambiente e Trabalho (Lasat) da Fiocruz Pernambuco. O Beiras d’Água busca significar, compreender e visibilizar o complexo contexto atual da bacia do rio São Francisco, que está presente em momentos cruciais da formação do país e continua suscitando discursos que encontram prolongamentos bastante vivos. O contexto analisado está ainda relacionado à complexidade da transposição do rio São Francisco e suas novas configurações sociais e ambientais. O foco da organização do conhecimento tecida no projeto tem como materialidade a coleta de dados audiovisuais, sua classificação e disponibilização do portal “Beiras d’água – memória audiovisual do rio São Francisco”. Do ponto de vista sociocrítico, as práticas de organização dos saberes desenvolvidas no Beiras d’Água permitem a discussão sobre a questão da água no país, os povos e comunidades tradicionais, a injustiça ambiental e os conflitos territoriais, dando visibilidade às identidades locais e permitindo outras potencialidades de dados para políticas públicas.

 

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Publicado

17/12/2018