Terrorismo, ciberterritórios, fake news e o fenômeno das massas "instrumentárias"
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v19i1.6238Palavras-chave:
Terrorismo, Ciberterritorialidades, Fake news, Massas, InstrumentarianismoResumo
Os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes da República do Brasil, na Capital Federal, no dia 8 de janeiro de 2023, efetivaram-se na contingência de vertiginosa midiatização. Este artigo investiga conexões entre fake news acerca do processo eleitoral de 2022 e a ocorrência dos atos golpistas. Nesse sentido, buscou-se junto ao Projeto Comprova, de verificação jornalística de mensagens que viralizam nos ciberterritórios das redes sociais, a identificação do contexto das desinformações relacionadas ao último pleito, para se averiguar a hipótese de que há correlação entre a difusão de notícias falsas e os atentados terroristas, pautados pela recusa dos resultados das eleições presidenciais, com clamor ilegal a um golpe de Estado. Conforme apurado, entre 1º de outubro e 17 de dezembro, foram 110 fake news com 100.624.032 engajamentos, com acusações de fraude, ataques ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal, entre outros. Com aporte teórico-conceitual dos campos da comunicação social e da psicanálise, em especial, também se confirmou a premissa de que fake news compõem uma estratégia de "poder instrumentário", de "engenharia comportamental", para espraiamento do obscurantismo e cooptação à formação de massas extremistas
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