Preprints nas Ciências Sociais

entendimento, aceitação e utilização

Autores

  • Cláudia Maria Pinho de Abreu Pecegueiro Universidade Federal do Maranhão
  • Joana Coeli Ribeiro Garcia Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.18225/ci.inf.v54i1.6157

Palavras-chave:

comunicacao cientifica, preprint, ciencia aberta

Resumo

Introdução: O padrão comunicacional estabelecido ocorre, via de regra, pelos canais de comunicação, cada um deles com sua importância e representatividade. Sendo os canais formais privilegiados por terem passado por análise e avaliações prévias, contudo, essa perspectiva linear foi quebrada pela internet que permite, a partir da Ciência Aberta, compartilhamento e o acesso imediato à publicação científica e, ainda, a participação do leitor, a exemplo dos preprints. Objetivo: Pretende, como objetivo geral, interpretar o entendimento, nível de aceitação e uso de preprints como modo de divulgação e submissão de originais. Para tanto, traça como objetivos específicos: a) inferir o entendimento que os pesquisadores da área das Ciências Sociais possuem sobre repositório de preprints; b) classificar nível de aceitação de preprints pelos pesquisadores na área das Ciências Sociais; e, c) dimensionar o grau de utilização, publicação de preprints por pesquisadores na área das Ciências Sociais. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva quando procura observar, classificar, explicar e interpretar os dados obtidos a partir da análise. Quanto ao objeto caracteriza-se como pesquisa em ambiente web, pois a coleta de dados se dá em formato eletrônico com registro de informações, via internet. Com relação à abordagem, classifica-se como pesquisa qualitativa, uma vez que desenvolve seleção e abstração de dados originais obtidos na pesquisa, para posterior análise e divulgação dos resultados do estudo. A coleta de dados se deu pela aplicação de Questionário Eletrônico construído com perguntas abertas e fechadas. Resultados: Como contribuição, apresenta-se o perfil dos respondentes caracterizados como baby boomers com vínculos institucionais em diversas Instituições de Ensino Superior de diferentes regiões do país, sendo a maior parte deles com 30 a 55 anos dedicados à pesquisa. A maioria dos respondentes demonstrou possuir conhecimento acerca dos preprints. No que se refere ao nível de aceitação dos preprints nas Ciências Socias, parece não haver uma unanimidade, 11 respondentes disseram que sim, 8 responderam que não e os 11 restantes relataram não saber a respeito. Quanto à motivação à submissão de preprints, 89% dos pesquisadores mostraram-se positivamente motivados à submissão de preprints. Considerações Finais: É possível concluir com Harnad (1991) que na carona da Galáxia pós Gutemberg as descobertas informais e formais, arbitradas ou não são marcos e necessitam de sinalização para deixar que o caroneiro realize o que ainda falta. Por esta vertente, a Comunicação Científica pode se referir ao tempo desde quando o preprint existe, resiste e como na atualidade tem maiores e melhores condições de fazer parte da Ciência Aberta.

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Biografia do Autor

  • Cláudia Maria Pinho de Abreu Pecegueiro, Universidade Federal do Maranhão
    Doutora em Ciência da Educação pela Universidade Autônoma de Assunção (2011), Diploma revalidado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 12/07/2016. Mestre em Ciências da Informação pela Universidade de Brasília (2001), Graduada em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Maranhão (1988). Com publicações de livros, capítulos de livros, artigos em periódicos especializados e trabalhos em anais de congressos. Professora adjunto 4 da Universidade Federal do Maranhão, atuando no Departamento de Biblioteconomia. Consultora ad hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão - FAPEMA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Tecnologias Digitais na Educação, Membro do Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar em Leitura, Comunicação e Desing de Hipermídia, Coordenadora do Projeto de Extensão Formação de Discente Pesquisador, atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação científica, produção científica, tecnologias educacionais e leitura digital.
  • Joana Coeli Ribeiro Garcia, Universidade Federal da Paraíba
    Professora Titular do Departamento de Ciência da Informação com atuação no Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação, da Universidade Federal da Paraíba. Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro / Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, com tese orientada pelo Prof. Dr. Aldo de Albuquerque Barreto. Coordenadora do Grupo de Pesquisa: Da informação e do conhecimento, cadastrado junto ao CNPq. Presidente da ANCIB, período 2009-2010. Membro do Comitê Gestor do PIBIC, até agosto de 2011. Orientadora de Iniciação Científica e do programa Jovens Talentos para a Ciência, ambos programas do CNPq e avaliadora do Programa Nacional de Pós-Doutoramento da Capes. Membro do Comitê Técnico Científico, permanente ou ad hoc, de revistas científicas nacionais. Na pós-graduação em Ciência da Informação, na UFPB atua nos seguintes eixos temáticos: Comunicação cientifica; Ciência aberta especialmente open peer review; Gestão da informação em C&T; Indicadores de C&T; Criação de Conhecimento; Política de informação; Responsabilidade social. Credenciamento renovado como docente voluntário junto ao Departamento de Ciência da Informação de 07/03/2022 até 06/03/2024.

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Publicado

22/05/2025