Contribuições metodológicas para a incorporação da perspectiva memética ao repertório da Ciência da Informação
DOI:
https://doi.org/10.18617/liinc.v18i2.6059Palavras-chave:
Fluxo informacional, Memética, Data Science, Plataformas Online, PolíticaResumo
Esta pesquisa apresenta alternativas metodológicas para estudos empíricos visando a incorporação da perspectiva memética ao repertório epistemológico da Ciência da Informação. Parte-se de uma proposta de análise das ficções criadas dentro do fluxo informacional das postagens em dois grupos políticos no Twitter – Mídia Ninja e Movimento Brasil Livre – referentes à abertura do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Pretende-se efetuar a identificação e análise das menores unidades (pedaços) de informações da base desse fluxo capazes de serem replicadas (“memes” na perspectiva dawkiniana) para avaliar as mutações que elas sofreram desde a reeleição da presidenta até o julgamento de seu impeachment. Uma vez que essa ação somente seria possível através da reunião de material que permitisse a análise não somente do conteúdo, mas também do contexto dos dados analisados, a extração desses “social data” se deu mediante a utilização de uma Application Programming Interface (API), apresentada pelo Twitter em 2020. O acesso para consumo dos dados foi realizado com o desenvolvimento de scrips implementados na linguagem de programação Python, seguindo orientações da biblioteca Tweepy Documentation. Propõe-se que a utilização dessas estratégias metodológicas permita que seja produzida uma hipótese gráfica das relações genealógicas capaz de expressar as sequências ancestral-descendente entre as informações desse fluxo. Caso seja bem-sucedida, essa análise permitirá avançar com a conceituação de memes como unidades mínimas de informação e como elemento auxiliar na compreensão da organização e propagação da informação no meio social
Referências
BALANOVSKY, Oleg; DIBIROVA, Khadizhat; DYBO, Anna et al., 2011. Parallel evolution of genes and languages in the Caucasus region. Molecular Biology and Evolution, Chicago, n. 28, p. 2905-2918, 2011.
BENGTSON, John D.; RUHLEN, Merritt, 1994. Global etymologies: genetic Classification of Languages. V. V. Shevoroshkin Press, 1994.
BLACKMORE, Susan, 1999. The Meme Machine. Oxford: Oxford University Press, 1999. 264p.
CASTELLS, Manuel, 1999. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v. 1. 700p.
D'ANDRÉA, Carlos, 2020. Pesquisando plataformas: conceitos e métodos. [em linha] Salvador: EDUFBA, 2020. 79p. [Acesso em 10 dezembro 2021]. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/32043
DAWKINS, Richard, 2007. O gene egoísta. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 544p.
HOFHUIS, Steije; BOUDRY, Maarten, 2019. ‘Viral’ Hunts? A Cultural Darwinian Analysis of Witch Persecutions. Cultural Science Journal, X(X): pp. 1–17. DOI: 10.5334/csci.116 [Acesso em 8 junho 2021]. Disponível em: https://biblio.ugent.be/publication/8642191/file/8642193.pdf
HARARI, Yuval Noah, 2017. Sapiens: uma breve história da humanidade. Porto Alegre: L&PM, 2017. 464p.
GARCÍA-LARA, Sergio, 2015. El método que nos une: el empleo de la cladística en Antropología. Yucatán: Ensayos Desde El Herbario CICY 2015, Centro de Investigación Científica de Yucatán, 12. Fev. 2015. [Acesso em 28 maio 2022]. Disponível em: https://www.cicy.mx/Documentos/CICY/Desde_Herbario/2015/2015-02-12-Garcia.pdf
GINZBURG, Carlo, 1989. Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. Tradução de Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. 281p.
JAMIL, George Leal, 2001. Repensando a TI na empresa moderna. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2001. 645p.
LEAL-TOLEDO, Gustavo, 2013. Em busca de uma fundamentação para a Memética. Trans/Form/Ação [online]. 2013, vol.36, n.1, pp.187-210. ISSN 0101-3173. [Acesso em 8 junho 2021]. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-31732013000100011
LEAL-TOLEDO, Gustavo, 2020. BIG MEME: podem ser os BIG DATA a base empírica da Memética? In: Edna Alves de Souza; Mariana Claudia Broens; Maria Eunice Quilici Gonzales. (Org.). Big Data: Implicações Epistemológicas e Éticas. 1ed. São Paulo: FiloCzar, 2020, v. 1, p. 53-68.
MALINI, Fabio; CIARELLI, Patrick; MEDEIROS, Jean, 2017. O sentimento político em redes sociais: big data, algoritmos e as emoções nos tweets sobre o impeachment de Dilma Rousseff | Political sentiment in social networks: big data, algorithims and emotions in tweets about the impeachment of Dilma Rousseff. Liinc Em Revista, 13(2). [Acesso em 12 julho 2022]. DOI 10.18617/liinc.v13i2.4089. Disponível em: https://revista.ibict.br/liinc/article/view/4089
MARTELETO, Regina Maria, 2001. Análise de redes sociais - aplicação nos estudos de transferência da informação. Ciência da informação, v. 30, n. 1, p. 71-81, 2001. [Acesso em 10 dezembro 2021]. DOI 10.18225/ci.inf.v30i1.940. Disponível em: https://revista.ibict.br/ciinf/article/view/940
MCCAFFREY, Arthur, 1991. Applied Cladistics: New Models for Classification and Taxonomy Research; or How the New York Review of Books Taught Me Everything I Needed to Know about Taxonomy Research. Advances in Classification Research Online, v. 2, n. 1, p. 81-96, 1991. [Acesso em 28 maio 2022]. DOI 10.7152/acro.v2i1.12549. Disponível em: https://journals.lib.washington.edu/index.php/acro/article/view/12549
MENDONÇA JUNIOR, Francisco Malaguth; RODRIGUES, Pedro Campolina Diniz; TAVARES, Wilson Moreira, 2015. Comportamentos (Extremos) dos Usuários de Redes Sociais relativos ao Tema Política. Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, v. 5, n. 2, 2015. [Acesso em 20 junho 2021]. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/moci/article/view/17001
Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS. Organização Mundial da Saúde - OMS. Repositório Institucional para Troca de Informações – Iris. Fichas Informativas COVID-19: entenda a infodemia e a desinformação na luta contra a COVID-19 [Internet]. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2020 [Acessado em 03 agosto 2020]. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/52054?locale-attribute=pt
PAGEL, Mark, 2009. Human language as a culturally transmitted replicator. Nature Reviews. Genetics, London, n. 10, p. 405-15, 2009. [Acesso em 28 de maio 2022]. DOI 10.1038/nrg2560. Disponível em: https://www.nature.com/articles/nrg2560
PAULA, Cláudio Paixão Anastácio de, 2013. A investigação do comportamento de busca informacional e do processo de tomada de decisão dos líderes nas organizações: introduzindo a abordagem clínica da informação como proposta metodológica. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, v. 3, p. 30-44, 2013. [Acesso em 20 dezembro 2021]. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/52492
PAULA, Cláudio Paixão Anastácio de, 2017. O Paradigma Indiciário: contribuições metodológicas de um diálogo para a introdução da dimensão do imaginário como tema na pesquisa das práticas informacionais em Ciência da Informação. Prisma.com, 34, 24-45, 2017. [Acesso em 20 dezembro 2021.] Disponível em: https://ojs.letras.up.pt/index.php/prismacom/article/view/3174
PAULA, Cláudio Paixão Anastácio de, 2021a. Uma epistemologia genética dos ecossistemas de desinformação? Problema interdisciplinar / resposta transdisciplinar. Palabra Clave (La Plata), 10(2), e122. 2021. [Acesso em 20 dezembro 2021]. DOI10.24215/18539912e122. Disponível em: https://www.palabraclave.fahce.unlp.edu.ar/article/view/PCe122
PAULA, Cláudio Paixão Anastácio de, 2021b. Do estudo da informação representada ao das condições para sua representação. Em: XXI Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação – Rio de Janeiro, RJ: ENANCIB: UFRJ. 2021. [Acesso em 21 dezembro 2021]. Disponível em: https://ancib.org/enancib/index.php/enancib/xxienancib/paper/viewFile/89/228
PEREIRA, Daniele Prates, 2018. Cada um luta da sua trincheira: as estratégias para criação e compartilhamento de conteúdo de ativismos sociais no Facebook. 2018. 256 f. Tese (Doutorado em Sociedade, Cultura e Fronteiras) - Unioeste, Foz do Iguaçu, 2018. [Acesso em 5 dezembro 2021]. Disponível em: https://tede.unioeste.br/handle/tede/4088
PICKERING, William Alfred. A influência de Darwin na teoria linguística como um prelúdio às abordagens “evolucionárias” no século 21. In: BERNARDO S.; AUGUSTO, M. R. A.; VASCONCELLOS, Z. (Org.). Linguagem: teoria, análise e aplicações (6). Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Letras – UERJ, 2011, p. 105-124. [Acesso em 28 de maio 2022]. Disponível em: http://www.pgletras.uerj.br/linguistica/textos/livro06/LTAA_livro_completo.pdf
PLATNICK, Norman I.; CAMERON, H. Don, 1977. Cladistic methods in textual, linguistic, and phylogenetic analysis. Systematic Biology, v. 26, n. 4, p. 380-385, 1977. [Acesso em: 28 maio 2022]. DOI 10.1093/sysbio/26.4.380 Disponível em: https://academic.oup.com/sysbio/article-abstract/26/4/380/1618163?redirectedFrom=fulltext
PYTHON SOFTWARE FOUNDATION, 2022. Python Language Site: Python 3.10.5 documentation, 2022. Página de documentação. [Acesso em 20 junho 2022]. Disponível em: https://docs.python.org/3/
SASTRE, Angelo; DE OLIVEIRA, Claudia Silene Pereira; BELDA, Francisco Rolfsen, 2018. A influência do “filtro bolha” na difusão de Fake News nas mídias sociais: reflexões sobre as mudanças nos algoritmos do Facebook. Revista GEMInIS, v. 9, n. 1, p. 4-17, 2018. [Acesso em 11 dezembro 2021]. DOI: https://doi.org/10.4322/2179-1465.0901001 Disponível em: https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/366
TORNES, Adam, 2021. (@atornes) Um novo passo para o futuro da pesquisa acadêmica com a API do TWITTER [#onlyontwitter]. 26 jan. 2021. [Acesso em 31 julho 2021]. Disponível em: https://blog.twitter.com/pt_br/topics/product/2019/-um-novo-passo-para-o-futuro-da-pesquisa-academica-com-a-api-do-
TUFEKCI, Zeynep, 2013. Big Data: Pitfalls, Methods and Concepts for an Emergent Field (March 7, 2013). DOI 10.2139/ssrn.2229952. [Acesso em 28 maio 22]. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2229952
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Daniel da Silva Guimarães Cândido, Claudio Paixão Anastácio de Paula, Thiago Magela Rodrigues Dias

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Liinc em Revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Consulte a Política de Acesso Livre e Autoarquivamento para informações permissão de depósitos de versões pré-print de manuscritos e artigos submetidos ou publicados à/pela Liinc em Revista.
Liinc em Revista, publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, é licenciada sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC BY 4.0